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Política A rotina de Jair Renan em Santa Catarina para se tornar o quinto político do clã Bolsonaro

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Sua pré-candidatura foi anunciada há um mês, num bingo da cidade de Balneário Camboriú.

Foto: Reprodução/Instagram
"Meu governador dá fuzil e segurança, enquanto o nosso vizinho dá outra coisa...", escreveu Jair Renan no Instagram. (Foto: Reprodução/Instagram)

Com um cargo de assessor no Senado, Jair Renan Bolsonaro acompanhava nesta semana os trabalhos da Câmara Municipal de Balnerário Camboriú, cidade com cerca de 150 mil habitantes no Litoral Norte de Santa Catarina. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, sentado na plateia, criticava a ausência de vereadores na sessão daquele dia e prometia “mudar isso”.

A agenda faz parte da estratégia de campanha adotada pelo filho “Zero Quatro” do ex-presidente Jair Bolsonaro para se tornar o quinto político do clã. O jovem de 26 anos é pré-candidato a uma cadeira no Legislativo municipal nas eleições de outubro.

Renan, como é chamado na família, se mudou para Santa Catarina em março do ano passado, após ser nomeado como assessor parlamentar do gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC), aliado dos Bolsonaro, com lotação no Estado. Pela função, tem salário bruto de aproximadamente R$ 9,5 mil, cerca de R$ 7,7 mil com os descontos. De acordo com a legislação eleitoral, ele terá que se desvincular do emprego até três meses antes do pleito, que ocorrerá em 6 de outubro.

Desde então, ele mora em apartamento de três quartos com 90 m² e churrasqueira, localizado a uma quadra da Praia Central e a dois quilômetros da cobertura do jogador Neymar. O imóvel é avaliado em mais de R$ 1 milhão.

Sua pré-candidatura foi anunciada há um mês, num bingo da cidade. Na ocasião, vestindo uma camiseta da banda de rock AC/DC e chinelos, o jovem subiu ao palco do evento e recebeu o microfone das mãos de uma idosa. Após se apresentar, afirmou estar lá para “ajudar no que precisar”.

“Tô de pé aqui, tá ok?”, disse, após o breve discurso, repetindo o jargão do pai. Ao fundo, uma das presentes deu um grito de espanto: “Olha!”.

É o próprio pai quem tem se engajado em torná-lo um candidato viável, submetendo o filho a “provas orais” com questionamentos relacionados à região e à política nacional. O receio do patriarca do clã é que o rebento se torne motivo de “chacota”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro visitou o filho no feriado de Páscoa, quando aproveitou para encontrar apoiadores na cidade catarinense. Após andar de jet ski, tirar fotos e discursar, acabou por expulsar de um carro de som políticos locais e pré-candidatos, entre eles o próprio filho.

“Tem muita gente no palanque e o pessoal não consegue ver a gente aqui. Eu peço por favor que fique aqui em cima o governador, o prefeito, o senador, o deputado. Quem é candidato a qualquer coisa, quem não tem mandato, desce. Até segurança meu, pode descer. Isso aqui não é comício político”, gritou, no microfone.

No trio elétrico, Bolsonaro era acompanhado por um de seus principais aliados: Jorginho Mello (PL), governador eleito com a maior porcentagem do Brasil nas eleições de 2022, com 70,69% dos votos válidos. No Estado, o ex-presidente também ganhou de Lula (PT) com folga. Ao todo, 69,67% dos eleitores o escolheram. Em Balneário, especificamente, a vitória foi ainda mais expressiva, com 74,57% dos votos válidos.

Entre os 669 mil seguidores de sua conta nas redes sociais, Renan atrai comentários diversos. Um dos fixados na postagem é de um de seus irmãos mais velhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Não ia comentar não, os haters já estão dando conta de comentar e alimentar o algoritmo do Insta, levando este vídeo a ter quase 2 mil comentários. Parabéns, irmão. Se a esquerda odiou, eu então adorei”, escreveu o parlamentar.

Nos comentários, muitos fazem alusão à denúncia do Ministério Público recebida pela 5ª Vara Criminal de Brasília, que o tornou réu pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso.

Renan foi investigado pela Polícia Civil por utilizar uma declaração de faturamento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. Na última semana, o banco pediu a apreensão de seus bens para a quitação da dívida de R$ 360 mil.

 

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