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Rio Grande do Sul RS já vê mudanças em locais de produção agropecuária

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Com a destruição, muitos produtores começaram a deixar as atividades.

Foto: Luan da Costa/EmaterRSAscar
Com a destruição, muitos produtores começaram a deixar as atividades. (Foto: Luan da Costa/EmaterRSAscar)

A tragédia que assola o Rio Grande do Sul trará consequências a longo prazo. Segundo o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, com a enchente, o governo gaúcho e o setor privado terão que replanejar cidades e locais de produção.

“Vamos ter que replanejar cidades [e] locais de produção de suínos e aves. Lógico que não é em todo o Estado. Nas regiões mais afetadas, vamos ter que reposicionar uma parte da nossa estrutura produtiva. E isso vai custar muito dinheiro”, afirmou Luz, em São Paulo, durante a terceira edição do Fórum Futuro do Agro, realizado pela Globo Rural em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).

O economista-chefe da Farsul disse que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai aportar R$ 100 milhões na reconstrução de propriedades rurais.

Segundo ele, produtores que vivem perto de locais ainda sujeitos a desabamentos que terão que se mudar porque a produção agrícola em algumas dessas áreas ficou inviável. Isso afetou especialmente produtores de suínos e aves, afirmou.

De acordo com levantamento que a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) divulgou no início desta semana, as enchentes afetaram mais de 200 mil propriedades rurais.

Com a destruição, muitos produtores começaram a deixar a atividade. “Já observamos, infelizmente, uma grande migração de pessoas, também para outros Estados”, disse Márcio Madalena, secretário-adjunto de Agricultura do Rio Grande do Sul.

Conforme Madalena, a região do Vale do Taquari, uma importante bacia leiteira, é uma das mais afetadas. “A Secretaria de Agricultura, a Associação de Criadores de Gado Holandês e a Emater trabalham para garantir uma entrega mínima de feno para o gado leiteiro”, observou Madalena.

Além da estrutura física das propriedades, muitos produtores perderam camadas de solo, arrastadas pela força das águas das inundações. Isso vai tornar a recuperação mais lenta e também mais cara, segundo o secretário-adjunto.

Madalena disse que, na pecuária leiteira, alguns produtores já têm migrado para outras regiões e até começado a mudar de atividade agropecuária após as perdas com as chuvas. “Já observamos, infelizmente, uma grande migração de pessoas, também para outros Estados”, afirmou.

Ações que os cientistas propuseram ao longo das últimas décadas poderiam ter limitado as perdas que o Rio Grande do Sul teve com as chuvas, na avaliação de Eduardo Assad, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-pesquisador da Embrapa. Ele criticou a falta de políticas públicas para mitigar os impactos dos fenômenos climáticos extremos no Brasil como um todo.

“Em 2014, um grupo de cientistas brasileiros soltou um relatório mostrando que o volume de chuvas ia aumentar de 10% a 15% no Rio Grande do Sul a cada ano, mas nada foi feito para se montar um plano de contingência. Como uma cidade como Porto Alegre não faz manutenção de comportas? Isso não é possível”, afirmou.

“E não é problema da gestão atual. Isso vem acontecendo há 30 anos, passa por todos os matizes partidários”.

As chuvas afetaram especialmente pequenos e médios produtores rurais do Estado. Grandes conglomerados sofreram menos o impacto das enchentes. O gerente de sustentabilidade da Seara/JBS, Vamiré Luiz Sens Júnior, disse que a companhia trabalha com 2,8 mil produtores no Rio Grande do Sul, mas apenas um pequeno número teve perdas com as inundações. Segundo ele, as chuvas não comprometeram os frigoríficos de carne bovina da empresa.

 

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https://www.osul.com.br/rs-ja-ve-mudancas-em-locais-de-producao-agropecuaria/ RS já vê mudanças em locais de produção agropecuária 2024-06-06
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