Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2025
Mesmo com as enchentes que causaram em maio a maior catástrofe da história do Rio Grande do Sul, o Estado registrou em 2024 uma alta de 5,6% no número de transplantes de órgãos. Foram 1.634 cirurgias da modalidade, contra 1.546 no ano anterior, de acordo com relatório divulgado nessa sexta-feira (24) pela Secretaria da Saúde (SES).
No topo da lista estão as operações relativas a pele e outros tecidos, com 882 casos. Em segundo lugar aparecem os procedimentos de córnea (882), seguidos por rim (557), fígado (134) e pulmão (35). Exceto pelos transplantes de fígado, todos superaram as estatísticas de 2023.
Foram feitas ainda 780 notificações por morte encefálica, indicando possíveis doadores, com 194 doadores efetivos, nos quais foi possível a retirada de algum órgão. Embora abaixo dos registros de 2023 (838 notificações e 285 doadores efetivos), o percentual de 24% das notificações que se tornam doações supera a média nacional do período (19%).
O número de doadores efetivos foi levemente inferior ao de 2022 (197), mas superou o desempenho verificado em 2021 (161) e 2020 (182). Já o número de notificações foi o segundo maior desde 2017, quando foram registradas 789 ocorrências.
Com a palavra…
“A calamidade de maio de 2024 foi um empecilho, afetando a circulação de pacientes e de órgãos”, admite o governo gaúcho em seu site estado.rs.gov.br. “Inundações também tiraram temporariamente o Rio Grande do Sul da rede nacional de envio e recebimento de órgãos e tecidos, mesmo assim os procedimentos não deixaram de ser realizados nem no momento mais agudo das enchentes.”
O coordenador-adjunto da Central Estadual de Transplantes (CET), James Cassiano, acrescenta: “Mesmo no período de adversidade que enfrentamos, foram realizados 40 transplantes de córnea, que tínhamos em estoque. Durante as enchentes fomos impactados pela dificuldade de acesso e de deslocamento nas cidades. Dada a circunstância, fizemos uma regionalização para atender às demandas. Houve, ainda, um momento em que tivemos de ficar sem captação, mas em seguida retornamos”.
Desde sua fundação, a CET já realizou mais de 15 mil transplantes. Esse número poderia ser ainda maior se os familiares fossem avisados sobre a vontade de cada pessoa em ser doador, o que pode ser feito na própria cédula de identidade. Com sede em Porto Alegre, a unidade funciona 24 horas por dia, durante toda a semana. O telefone de contato é (51) 3353-3030.
(Marcello Campos)
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