Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin conversaram depois de várias semanas de especulações sobre mudanças no comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A saída de Alckmin serviria para acomodar o Centrão no governo, como parte de uma minirreforma ministerial.
O alerta no Palácio do Planalto foi ligado pela ausência do vice-presidente na cerimônia de posse do novo ministro do Turismo, Celso Sabino (União), na última quinta-feira (3). Lula conversou com Alckmin no início da noite do mesmo dia, após a posse de Cristiano Zanin no STF.
O prolongamento das especulações sobre o Ministério do Desenvolvimento, com o silêncio do presidente Lula, tem causado forte deconforto no entorno mais próximo de Alckmin e no próprio PSB, partido dele. Integrantes da articulação política têm cobrado de Lula uma solução rápida para a entrada definitiva do Centrão no governo.
Lula fez questão de fazer o gesto de chamar Alckmin para a conversa, diante do desconforto no PSB. O desenho da minirreforma ministerial ainda não está fechado.
Dança das cadeiras
O presidente Lula não irá tomar nenhuma decisão em relação ao vice Geraldo Alckmin que não seja do agrado do companheiro de chapa. Por isso, dentro do Palácio do Planalto, a equipe de governo analisa maneiras de abrigar o Centrão na Esplanada sem que isso possa desapontar o vice.
Uma das ideias em estudo seria retirar Alckmin do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e dar a ele o comando da execução do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que ficaria sob o guarda-chuva da vice-presidência.
Como ex-governador, Alckmin tem experiência em tocar obras, além de ter articulação com Congresso e empresariado. Seria o “tocador de obras” do governo.
A ida de Alckmin para o comando do PAC é uma das possibilidades apresentadas por aliados a Lula, mas o presidente não tomou nenhuma decisão.
Pesa contra o fato de o vice ter gostado de comandar o MDIC. Numa eventual saída dele, a pasta seria ofertada ao Centrão.
Pesa a favor o fato de Alckmin gostar de “fazer acontecer”, encaixando-se bem no comando do novo PAC, programa que só em investimentos federais pretende investir R$ 240 bilhões nos quatro anos de anos de mandato de Lula.
O problema, aí, seria retirar o PAC da Casa Civil. O programa foi totalmente montado pela equipe do ministro Rui Costa, que tem todo o modelo para a execução.
Essa possibilidade entrou entre as sugestões apresentadas a Lula diante das dificuldades encontradas para atender os pedidos iniciais do Centrão: a entrega do Ministério do Desenvolvimento Social para o PP; e o dos Esportes para o Republicanos. Lula não quer mexer nessas pastas.