Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de março de 2024
A Rússia acusou a Ucrânia de intensificar ataques para atrapalhar a eleição no país. No sábado (16) aconteceu o segundo dos três dias de votação. Mísseis ucranianos atingiram a cidade russa de Belgorod nesse sábado — bem perto da fronteira com a Ucrânia. Duas pessoas morreram.
Por segurança, o governador mandou fechar escolas e shoppings. Um drone ucraniano também provocou estragos bem longe dali.
Bombeiros levaram horas para apagar um incêndio numa refinaria de petróleo russa a mais de 800 quilômetros do território mais próximo controlado pela Ucrânia.
A Rússia disse ter frustrado um outro ataque. Nos últimos dias, a Ucrânia atacou vários pontos de infra-estrutura de energia, o que pode afetar a produção russa.
Neste segundo dia da eleição presidencial, o ministério do Exterior da Rússia acusou a Ucrânia de intensificar o que chamou de “atividades terroristas” durante a votação para chamar a atenção do Ocidente e, assim, atrair mais ajuda econômica e militar.
As urnas abriram na sexta-feira (15) e vão fechar neste domingo (17). Críticos dizem que quanto mais dias de votação, maiores os riscos de fraude eleitoral. Pela primeira vez, os russos têm 3 dias para escolher o presidente.
Autoridades registraram mais de dez tentativas de atear fogo a locais de votação e cerca de 20 casos de urnas inutilizadas por um líquido verde. Aparentemente, uma referência a Alexei Navalny.
Em 2017, um agressor lançou um antisséptico verde no rosto do principal líder da oposição russa, morto no mês passado, numa prisão no Ártico, sob circunstâncias que talvez jamais sejam esclarecidas.
O ex-presidente Dmitry Medvedev, e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, chamou os responsáveis por esses protestos de traidores, que podem pegar até 20 anos de prisão.
O futuro da Rússia está sendo resolvido, só que ninguém parece duvidar do resultado. Os principais críticos de Vladimir Putin estão mortos, presos ou exilados. Os opositores que ainda tentavam tirá-lo do cargo foram impedidos de concorrer.
O homem que está no poder, como presidente ou primeiro-ministro há 24 anos, ao que tudo indica, vai ficar com mais um mandato de seis.
Lucros congelados
Países aliados da Ucrânia usarão os lucros extraordinários sobre ativos russos congelados para financiar a compra de armas para Kiev, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, após uma reunião com seus homólogos francês e polonês, que teve como objetivo mostrar unidade após semanas de atrito.
Em coletiva de imprensa conjunta em Berlim, Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, reafirmaram o seu apoio à Ucrânia, cujas tropas necessitadas de munições enfrentam as batalhas mais duras desde os primeiros dias da invasão russa, há dois anos.
O apoio europeu se tornou cada vez mais fundamental, uma vez que o presidente dos EUA, Joe Biden, não conseguiu aprovar um grande pacote de ajuda à Ucrânia no Congresso e grande parte da sua política externa está focada na guerra na Faixa de Gaza.
Scholz pontuou que os líderes concordaram com a necessidade de adquirir mais armas para a Ucrânia no mercado global e de aumentar a produção de equipamento militar, inclusive através da cooperação com parceiros na Ucrânia.
“Usaremos os lucros inesperados dos ativos russos congelados na Europa para apoiar financeiramente a compra de armas para a Ucrânia”, ressaltou Scholz ao listar os esforços da União Europeia para aumentar o apoio à Ucrânia.