Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de março de 2022
O chefe da delegação russa nas negociações com a Ucrânia observou uma “aproximação” de posições sobre o status de neutralidade da Ucrânia, e avanços na desmilitarização daquele país, anunciou nesta sexta-feira.
“O tema do status de neutralidade da Ucrânia e a sua não adesão à Otan é um dos pontos-chave das negociações, é o ponto em que as partes aproximaram ao máximo suas posições”, disse Vladimir Medinsky, citado pelas agências russas. No entanto, ele apontou “nuances” nas “garantias de segurança” exigidas pela Ucrânia.
“No que diz respeito à desmilitarização, eu diria 50/50”, comentou Medinsky, que disse não poder revelar detalhes sobre as negociações. Segundo ele, as delegações estão “na metade do caminho” de um acordo sobre o assunto.
Um dos membros da delegação ucraniana, o conselheiro presidencial Mykhailo Podoliak, publicou no Twitter que “as declarações da parte russa são apenas o início das suas exigências. Nossa posição não mudou: cessar-fogo, retirada das tropas (russas) e fortes garantias de segurança, com fórmulas concretas”, ressaltou.
Moscou mantém negociações com Kiev e exige do governo ucraniano um status de neutralidade, como o da Suécia e Áustria. Também pede à Ucrânia que descarte uma adesão à Otan, além da desmilitarização e “desnazificação” daquele país.
A Rússia acusou nesta sexta-feira (18/3) o Conselho Europeu, que a excluiu oficialmente na quarta-feira, de ser um instrumento “russofóbico” a serviço do Ocidente, dizendo que rejeita a “tutela de Bruxelas” em matéria de direitos humanos.
“Russofóbico”
“Devido à atividade russofóbica ocidental, esta estrutura está perdendo sua razão de ser. Ao colocar os interesses do bloco acima de seus próprios objetivos estatutários, o Conselho Europeu se transformou em um instrumento obediente à União Europeia, Otan e seus satélites”, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, em um comunicado recente.
O Conselho da Europa removeu a Rússia, que fazia parte desde 1996 desta organização de vigilância dos direitos humanos, após sua ofensiva contra a Ucrânia.
A decisão foi adotada um dia depois de Moscou iniciar o “procedimento de saída” da organização internacional, acusando a Otan e a União Europeia de tê-la transformado em um instrumento a serviço de “sua expansão político-militar e econômica para o Leste”.