Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2023
Todas as localidades que terão pleitos ainda estão sob combate entre os dois países
Foto: ReproduçãoA Rússia, por meio de sua Comissão Eleitoral, anunciou nesta quinta-feira (15) que realizará “eleições” nos territórios ucranianos unilateralmente anexados por Moscou um ano antes.
Conforme informação do governo de Vladimir Putin, o pleito ocorrerá no dia 10 de setembro. As votações têm por objetivo eleger assembleias regionais e conselhos municipais nas regiões de Luhansk e Donetsk, no leste, além de Zaporíjia e Kherson, no sul ucraniano. Todas as localidades ainda estão sob combate entre os dois países.
Há poucos detalhes sobre a realização desse pleito. No entanto, a Tass, agência estatal de notícias da Rússia, citou a chefe eleitoral russa, Ella Pamfilova, afirmando que há condições para realizar as eleições previstas desde o ano passado.
O presidente Putin anunciou em 20 de setembro de 2022 plebiscitos nas cidades de Kherson, Zaporíjia, Luhansk e Donetsk para que os cidadãos locais decidissem sobre a anexação à Federação Russa. Nenhuma das regiões, nem naquele momento nem atualmente, estava sob comando total do Kremlin.
Os plebiscitos deram um sinal verde para a anexação, com mais de 85% dos votos nas quatro regiões. O modelo foi similar ao adotado na Crimeia, anexada unilateralmente pela Rússia em 2014.
Contando com a Península da Crimeia, os russos têm hoje o controle de cerca de 17% do país vizinho. O presidente russo afirma que as regiões são historicamente vinculadas à Moscou e determina que Kiev aceite cedê-las para que haja um cessar-fogo. Os ucranianos, por sua vez, rejeitam negociar a menos que haja uma devolução total das áreas hoje sob controle russo.
Guerra na Ucrânia
O conflito entre Rússia e Ucrânia começou em 24 de fevereiro do ano passado, após a invasão do território ucraniano pelos russos.
Por meio de ataques terrestres e aéreos, os russos deram início ao que chamam de operação militar especial.
O avanço da Otan no Leste europeu foi usado como justificativa para um novo ataque russo, que acabou culminando no conflito que dura até hoje. Segundo oPutin, a presença da aliança na região se caracteriza como um risco à segurança de seu país.
As tensões entre os dois países, no entanto, vêm de longa data. Desde a sua independência na década de 1990, a Ucrânia busca aproximações com nações ocidentais, como a entrada na Otan.
Esses movimentos descontentaram a Rússia. Em 2014, o país já havia invadido a Crimeia, península localizada na região sul da Ucrânia, com o objetivo de anexá-la ao seu território. A área tem posicionamento estratégico, tanto para o comércio quanto para as atividades militares.
Em contrapartida, os ucranianos acreditam que a guerra está sendo usada pelos russos como uma forma de restabelecer a zona de controle e influência que a antiga União Soviética exercia na região.