Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2022
A FSB, uma agência russa de espionagem e inteligência, anunciou nesta segunda-feira (26) que prendeu Motoki Tatsunori, cônsul-geral japonês em Vladivostok, no extremo leste da Rússia, por suspeita de espionagem, informaram agências de notícias locais. As autoridades russas deram a Tatsunori 48 horas para deixar a Rússia.
De acordo com a nota da FSB, o diplomata japonês foi detido em flagrante quando recebia informações confidenciais em troca de dinheiro sobre a cooperação da Rússia com outro país da região Ásia-Pacífico.
Tatsunori foi declarado “persona non grata” por Moscou.
O governo japonês foi informado das resoluções russas pela via diplomática, de acordo com a mídia russa. Um diplomata da embaixada japonesa em Moscou foi convocado para discutir o assunto.
Segundo a FSB, Tatsunori queria organizar reuniões com as fontes e depois pagá-las para obter informações sobre a cooperação entre Moscou e um dos países da região da Ásia-Pacífico.
O diplomata japonês também teria tentado obter informações confidenciais sobre o impacto das sanções ocidentais na situação econômica da região russa de Vladivostok, localizada bem em frente ao Japão.
Em retaliação às sanções econômicas impostas a Moscou por sua ofensiva na Ucrânia, a Rússia proibiu, no início de maio, o acesso ao seu território a mais de 60 autoridades japonesas, incluindo o primeiro-ministro Fumio Kishida.
Novas sanções
O Japão anunciou a imposição de novas sanções à Rússia pela guerra iniciada contra a Ucrânia. Agora, também ficam proibidas exportações de materiais que podem ser usados para armas químicas para 21 organizações russas ligadas ao exército, incluindo laboratórios científicos. O comunicado sobre a proibição adicional foi feito, nesta segunda-feira pelo principal porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno.
“Como o único país do mundo a sofrer ataques nucleares, exigimos fortemente que a ameaça ou o uso de armas nucleares pela Rússia nunca aconteça”, disse o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, em entrevista coletiva. Ele ainda acrescentou que “a agressão da Rússia contra a Ucrânia ameaça a fundação da ordem que a comunidade internacional vem construindo com grande esforço e sacrifício” e ressaltou que não deve ser permitida “nenhuma tentativa unilateral de mudar o ‘status quo’”.
Desde o início do conflito, o Japão vem impondo sanções não apenas às exportações e importações russas, mas também aos cidadãos russos, liderados pelo presidente Vladimir Putin, e bielorrussos, pelo apoio do país à operação. Assim como outros países do G7 e da União Europeia (UE), também vem aplicando rodadas sucessivas de outras sanções que incluem a exclusão de bancos russos do sistema Swift ou o veto às exportações de semicondutores, máquinas para a indústria petrolífera e outras tecnologias com potencial de guerra.
“O Japão continuará trabalhando com a comunidade internacional e junto com os países do G7 para adotar fortes sanções contra a Rússia e prestar assistência à Ucrânia”, disse ainda o porta-voz japonês. As informações são das agências de notícias AFP, Efe e AP.