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Rússia confirma ataque a base perto da Polônia e diz que matou 180 “mercenários estrangeiros”

Polônia tem recebido a maioria dos refugiados que deixam a zona de guerra na Ucrânia. (Foto: Reprodução)

A Rússia confirmou no domingo (13) que atacou uma base militar em Yavoriv, na região de Lviv, no oeste da Ucrânia e perto da fronteira com a Polônia, acrescentando que matou “até 180 mercenários estrangeiros” e destruiu um grande número de armas fornecidas por outros países. O porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, informou que a Rússia continuaria seus ataques contra o que chamou de mercenários estrangeiros.

A instalação de treinamento militar está localizada a menos de 25 km da fronteira com a Polônia, que faz parte da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA, e que tem servido como porta de entrada para armamentos pesados que têm sido enviados à Ucrânia por países ocidentais.

A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar de forma independente as declarações, mas o governador regional da Ucrânia, Maksym Kozytskyy, disse que 35 pessoas morreram e 134 ficaram feridas no ataque.

Konashenkov disse que a Rússia usou armas de longo alcance e alta precisão para atacar Yavoriv e uma instalação separada na cidade de Starichi. Ele alegou que ambas as bases estavam sendo usadas para treinar mercenários estrangeiros e armazenar armas.

“Como resultado do ataque, até 180 mercenários estrangeiros e um grande número de armas estrangeiras foram destruídos”, disse Konashenkov.

Polônia

Em entrevista à BBC, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que o uso de armas químicas por parte da Rússia na invasão da Ucrânia poderia representar uma “mudança de jogo” sobre o papel que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no conflito. A Polônia, vizinha da Ucrânia, faz parte da organização, um acordo de defesa que prevê contra-ataque de todos os membros caso um dos integrantes dela seja atacado.

Para Duda, se a Rússia empregasse esse tipo de armamento, os membros da Otan deveriam se sentar e discutir o que fazer, uma vez que isso poderia representar um novo tipo de risco para toda a Europa.

A Polônia é o país que mais recebeu refugiados ucranianos desde o início do conflito.

Mortos

A Rússia expandiu seus alvos na Ucrânia no domingo com ataques a base militar perto da fronteira polonesa, enquanto Kiev disse que mais de 2.100 civis já foram mortos em uma de suas cidades sitiadas.

Durante a noite, as forças russas atacaram a base militar de Yavoriv, a cerca de 40 quilômetros de Lviv, um destino para milhares de deslocados, e a próximo de 20 quilômetros da fronteira com a Polônia, membro da Otan.

Nos últimos anos, essas instalações receberam exercícios com instrutores estrangeiros. “A Rússia atacou o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança. Instrutores estrangeiros trabalham lá”, disse o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov.

O bombardeio, realizado dos mares Negro e Azov, causou 35 mortos e 134 feridos, segundo o governador da região, Maxim Kozitsky.

“Como resultado do ataque, até 180 mercenários estrangeiros e um grande número de armas estrangeiras foram eliminados”, respondeu o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

Ao sul, em Mariupol, cidade portuária sitiada há 13 dias, os moradores que sofrem com bombardeios ainda aguardavam a chegada da ajuda humanitária.

Os invasores “atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e a infraestrutura urbana (…) Até hoje, 2.187 habitantes de Mariupol morreram em ataques russos”, disse o prefeito da cidade no Telegram neste domingo.

“Em 24 horas, vimos 22 bombardeios em uma cidade pacífica. Cerca de 100 bombas já foram lançadas em Mariupol”, completou.

Enquanto isso, um comboio com ajuda estava “a 2 horas de Mariupol, a 80 km”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no domingo. Vindo de Zaporizhzhia, o comboio foi bloqueado em um posto de controle russo por mais de cinco horas no sábado.

A chegada de ajuda é fundamental, pois “o sofrimento humano é imenso” na cidade, denunciou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que alertou para o “pior cenário”. Em comunicado, a ONG lembrou que a população é obrigada a refugiar-se em abrigos antiaéreos sem aquecimento e arriscar a vida para encontrar comida e água.

Mariupol “tornou-se uma cidade mártir na guerra que está devastando a Ucrânia”, lamentou o Papa Francisco, que pediu o fim do “massacre”.

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