Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2022
A Rússia culpou o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e os Estados Unidos pelo ataque a uma prisão em Donetsk, em que morreram 50 prisioneiros ucranianos, de acordo com o Ministério da Defesa russo.
“Toda a responsabilidade política, criminal e moral pelo sangrento massacre contra os ucranianos recai pessoalmente sobre Zelenski, seu regime criminoso e quem o apoia, Washington”, disse o comunicado.
Moscou e os separatistas pró-Rússia afirmam que o ataque à prisão na cidade de Yelenovka foi realizado com mísseis Himars fornecidos pelos EUA ao Exército ucraniano. O porta-voz do Ministério da Defesa russo, general Igor Konashenkov, confirmou a morte de 50 dos 193 prisioneiros ucranianos que estavam no complexo.
“Os restos mortais de 48 militares ucranianos foram encontrados e recuperados dos escombros. Além disso, outros dois soldados ucranianos gravemente feridos morreram a caminho do hospital”, disse.
Ele revelou que 73 pessoas tiveram de ser hospitalizadas com ferimentos graves. O Ministério da Defesa russo também publicou uma lista com a identidade dos 123 mortos e feridos, que tinham entre 20 e 49 anos.
Por sua vez, a Ucrânia pediu à ONU e ao CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) que enviem uma missão a Donetsk para investigar o ataque.
“O bombardeio é um ato cínico de terrorismo da Federação Russa, uma provocação militar e uma operação clássica de bandeira falsa destinada a ocultar crimes de guerra, desacreditar as Forças Armadas ucranianas e aumentar as tensões na sociedade ucraniana”, afirmaram o Exército, o Ministério da Defesa, os serviços de segurança e o gabinete da provedora de Justiça ucranianos em um comunicado.
A nota volta a negar que Kiev esteja por trás do ataque a Yelenovka, argumentando que o Exército ucraniano tem “equipamento suficiente” para “identificar seus alvos” com precisão.
O fato de os presos terem sido transferidos para o local pouco antes do ataque e a ausência de hostilidades naquela região mostram que se tratou de uma eliminação premeditada, acrescenta o comunicado.
Os serviços de inteligência ucranianos atribuem o ataque a mercenários da empresa militar privada Wagner, que alguns dias antes apreendeu uma usina de energia em Donetsk.
Os separatistas pró-Rússia acusaram Kiev de ter atacado a prisão, que mantinha, entre outros presos, membros do batalhão ultranacionalista Azov, para incutir medo em seus soldados e impedir que eles fossem capturados.