Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2024
Ministério das Relações Exteriores russo negou que o país tenha participado das negociações para a saída de Bashar al-Assad
Foto: ReproduçãoO presidente Bashar al-Assad deixou a Síria, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia neste domingo (08).
Assad “decidiu deixar o posto presidencial e deixou o país, dando instruções para transferir o poder pacificamente”, disse a declaração, acrescentando que “a Rússia não participou dessas negociações”.
“A Federação Russa está em contato com todos os grupos da oposição síria”, completou o comunicado. A Síria vive uma guerra civil desde 2011. O conflitou esteve adormecido nos últimos anos e voltou a ganhar força de forma repentina.
Trajetória
Bashar al-Assad tem 59 anos e sucedeu no poder o pai, Hafez a-Assad, que morreu 2000 após governar a Síria por três décadas. Seu regime foi fruto de um golpe de Estado em 1971.
A família Assad é alauita, uma minoria religiosa xiita na Síria. Nascido em 11 de setembro de 1965, em Damasco, estudou medicina e se especializou em oftalmologia. Em Londres, cursou uma pós-graduação. Em 1994, Basil, seu irmão mais velho e sucessor natural de Hafez, morreu num acidente. Com isso, Bashar tornou-se o herdeiro do poder na família.
Em 10 de junho de 2000, ele foi declarado presidente pelo parlamento após um referendo popular no qual recebeu uma aprovação de 97,29%. Naquele momento, Bashar tinha 34 anos.
Em 2007, renovou seu mandato por outros sete anos em um referendo no qual obteve 97,62% dos votos. Em 2014, foi reeleito para um terceiro mandato de sete anos. A guerra civil síria já estava em curso e a votação foi realizada nas áreas controladas pelo governo. A família Assad governa a Síria há mais de cinco décadas. Na ofensiva pela tomada do poder, os rebeldes derrubaram estátuas de Hafez al-Assad por onde passaram.
Por que Assad perdeu força?
A explicação está em outros conflitos internacionais. Rússia e Irã, principais aliados do ditador, estão agora envolvidos em outras guerras: a Rússia invadiu a Ucrânia, e o Irã vive um conflito com Israel. O Hezbollah, por sua vez, perdeu seus principais comandantes neste ano, mortos em ataques israelenses.
Para os analistas, essa situação faz com que nem Putin nem o regime iraniano estejam dispostos a entrar de cabeça em mais uma guerra.