Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de julho de 2022
Países europeus tentam se preparar para um cenário de corte total do fornecimento de gás natural
Foto: ReproduçãoA estatal de gás russa Gazprom anunciou nesta quarta-feira (13), que não pode garantir o funcionamento regular do gasoduto Nord Stream 1, principal fonte de fornecimento do gás russo à União Europeia.
Em um comunicado, a empresa alegou não saber se conseguirá reaver uma turbina de fabricação alemã que foi enviada para reparos no Canadá, o que comprometeria a segurança da operação – um movimento apontado como resposta aos bloqueios e sanções criados pelos aliados do Atlântico Norte pela Guerra na Ucrânia.
“A Gazprom não possui nenhum documento que permita à Siemens retirar do Canadá o motor de turbina a gás” que Ottawa, no entanto, afirma querer devolver à Alemanha, disse a Gazprom. “Nestas condições, não é possível tirar conclusões objetivas sobre a evolução da situação em termos de segurança e operação segura do gasoduto”, acrescentou o grupo.
O gasoduto Nord Stream atravessa o Mar Báltico, levando gás natural da Rússia para vários países da União Europeia, sendo o maior fornecedor dessa fonte de energia para importantes centros europeus, como a Alemanha.
A empresa russa já havia interrompido temporariamente a operação do gasoduto na segunda-feira (11), alegando a necessidade de uma “manutenção anual”. Pelo primeiro cronograma apresentado pela Gazprom, o Nord Stream ficaria fora de funcionamento até 21 de julho para a realização de “testes de elementos mecânicos e sistemas de automação”.
O impasse sobre o fornecimento regular de uma importante fonte energética para a Europa Ocidental já era esperado por algumas autoridades, que entendiam que a degradação das relações do bloco ocidental com a Rússia a partir da imposição de sanções resultariam em uma reciprocidade que poderia vir por este meio.
Foi em função dessa preocupação e de resistências internas que a UE demorou a estabelecer regras para o bloqueio de compras de petróleo e gás russos – em um acordo firmado em maio, a Hungria se recusou a parar de receber petróleo russo via oleoduto.
Quando a operação foi interrompida na segunda-feira, autoridades de alguns dos principais países europeus alardearam para a chance do fornecimento não ser restabelecido ao patamar anterior – que já era de 60% do volume pré-guerra.