Enquanto as forças russas sofrem uma série de derrotas na Ucrânia, Moscou está reforçando o apoio de Pequim à sua invasão antes de uma importante reunião entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping nesta semana.
Tropas russas foram forçadas a fugir da cidade estratégica de Izium – seu principal bastião no nordeste da Ucrânia – no sábado (10), após uma rápida contraofensiva ucraniana. Foi a pior derrota de Moscou desde a retirada de Kiev em março e um sinal de que a guerra pode estar entrando em uma nova fase.
Na semana passada, as forças ucranianas recapturaram mais de 3 mil km² de território – mais do que as forças russas capturaram em todas as suas operações desde abril.
Parceria no oriente
De volta à Rússia, altos funcionários russos e chineses se uniram para preparar o caminho para uma esperada reunião entre Putin e Xi à margem de uma cúpula regional no Uzbequistão – a primeira reunião cara a cara desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.
De acordo com o Parlamento russo, um alto líder chinês expressou apoio explícito à guerra da Rússia contra a Ucrânia – alegações que não estão incluídas na declaração do lado chinês e contrariam os esforços anteriores de Pequim para manter um verniz de neutralidade.
Também na semana passada, o principal legislador da China, Li Zhanshu – um aliado próximo de Xi e líder de terceiro escalão do Partido Comunista Chinês – se reuniu com Vyacheslav Volodin, presidente da Duma do Estado da Rússia, e outros legisladores russos em Moscou depois de participar de uma reunião econômica.
O Duma
De acordo com um comunicado da Duma, Li assegurou a seus membros que “a China entende e apoia a Rússia em questões que representam seus interesses vitais, em particular na situação na Ucrânia”.
“Vemos que os Estados Unidos e seus aliados da OTAN estão expandindo sua presença perto das fronteiras russas, ameaçando seriamente a segurança nacional e a vida dos cidadãos russos. Estamos fornecendo nossa assistência”, disse Li. “Na questão ucraniana, vemos como eles colocaram a Rússia em uma situação impossível. E neste caso, a Rússia fez uma escolha importante e respondeu com firmeza”, acrescentou.