Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de setembro de 2022
Forças do Serviço Federal de Segurança da Rússia foram mobilizadas nas fronteiras para garantir que os reservistas não deixem o país
Foto: DivulgaçãoO Kremlin despachou ainda mais forças para seu esforço de guerra. As unidades, no entanto, não estão indo para a Ucrânia, mas para as fronteiras da Rússia com outros países, onde desde o começo da semana eles enfrentaram jovens russos tentando fugir do país em meio a um êxodo do país provocado pela convocação de 300 mil reservistas.
À medida que os caminhos para os russos escaparem da ordem de convocação diminuem, o Serviço de Segurança Federal enviou veículos blindados para as fronteiras, onde alguns homens que esperavam para fugir recebiam papéis de convocação militar, informou a mídia estatal.
As forças do Serviço Federal de Segurança da Rússia, a principal agência sucessora do KGB, foram mobilizadas nas passagens de fronteira para garantir que os reservistas não deixem o país “sem cumprir as formalidades de fronteira”, disse o serviço em comunicado.
Lei mais dura
Na semana passada, Vladimir Putin assinou uma lei que endurece a pena para soldados que se recusarem a combater e fugirem da convocação obrigatória. As mudanças introduzem pela primeira vez no Código Penal do país conceitos como “mobilização, lei marcial e tempo de guerra”.
Pela nova lei, a rendição voluntária é agora punível com 15 anos de prisão, já o soldado que desertar durante o período de mobilização ou de guerra (caso dos convocados agora), pode ser punido com até 10 anos de prisão. Segundo ONGs, manifestantes detidos em Moscou são obrigados a escolher entre ir para a guerra ou a cumprir a pena de prisão.
A corrida para as fronteiras começou horas depois do anúncio do presidente Vladimir Putin, na semana passada, de uma convocação militar afetando centenas de milhares de russos, e o fluxo só aumentou desde então.
Cazaquistão
Embora o Kremlin tenha rejeitado relatos de que em breve poderá proibir quase todos os homens em idade militar de deixar o país, muitos russos não se arriscaram. Na terça-feira, nas fronteiras da Geórgia, Cazaquistão e até Mongólia, seus números continuaram a aumentar, atingindo quilômetros de fronteira.
No Cazaquistão, respondendo aos pedidos de fechamento da fronteira de quase 8 mil quilômetros com a Rússia, o presidente Kassim-Jomart Tokaiev pediu “humanidade, paciência e organização”, dizendo que os russos foram “forçados a sair por causa da atual situação desesperadora”.
Com carros alinhados por quilômetros em sua fronteira e esperas de mais de 48 horas, a Geórgia disse que permitiria que os visitantes entrassem a pé. O número de pedidos de entrada quase dobrou na semana passada, para cerca de 10.000 por dia, disse o ministro do Interior do país.