Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Luiz Carlos Sanfelice | 11 de outubro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Capítulo II – Composição do Sistema
Compõe o conjunto de partes orgânicas do Sistema Respiratório Humano o Nariz, a Boca, a Faringe, a Laringe, a Traqueia, os Brônquios e Bronquíolos, e os Pulmões. De todos 9 órgãos do corpo humano – pulmões, coração, cérebro, intestino, fígado, estômago, rins, pele e pâncreas – os pulmões são sempre o nº 1 na lista. Sem a oxigenação vinda pelos glóbulos vermelhos através dos pulmões, todos outros colapsariam.
Ao respirarmos o ar deve ter um caminho livre e um acesso rápido do exterior para o interior dos pulmões onde o oxigênio, contido no ar respirável, inundará os glóbulos vermelhos, dele retirando o dióxido de carbono, resultante da ‘combustão’ havida em cada célula e recarregando-os de oxigênio. Contudo o interior de todo sistema, tem defesas para deter e reter o curso de elementos nocivos ao processo respiratório, especialmente, os aerodispersoides que atingem as traqueias e cujos tamanhos sejam iguais ou inferiores a 10microns. Essas ‘defesas’ começam no nariz com os ciliados visíveis que revestem as narinas e com o epitélio ciliado em todo percurso do ar, que é recoberto por um muco nele criado, com o objetivo de reter o curso das partículas, detendo-as para que não atinjam os pulmões, embora as partículas menores de 5 microns e, mais ainda, as partículas de 2 microns (ou menores) tenham grande possibilidade de atingir as profundezas pulmonares.
O Epitélio Ciliado funciona constantemente, sem parar nunca, num movimento que ‘vai empurrando’ para fora do sistema respiratório, até o encontro da faringe com a laringe, toda impureza que nele grudou, a tal ponto que, sem nos darmos conta, acabamos engolindo em torno de ½ copo de muco, por dia, direcionando para o estômago, onde o ácido clorídrico (HCl) ou dissolve ou empurra para o intestino onde será eliminado para o exterior. O ato de espirrar é uma manifestação espontânea e violenta do epitélio ciliado quando elementos externos o atingem de repente ou em maior volume e o irritam. Espirrar é bom e é um ato de limpeza, por isso não devemos detê-lo ou segurá-lo.
Dentro dos pulmões temos os Alvéolos onde acontece a troca de gases. Os alvéolos são câmaras individuais por onde passa nosso sangue que vem carregado de dióxido de carbono e nele descarrega, imediatamente, carrega o oxigênio para levar aos mais recônditos capilares de nosso corpo. Imagine um favo de abelhas para se ter uma ideia do conjunto de alvéolos.
Se o Respirador ou a Máscara não for equipada com um filtro mecânico de alta eficiência, as partículas menores de 2 microns, certamente, atingirão os alvéolos. Se essas partículas forem solúveis na água, elas se diluirão, atravessarão a parede do alvéolo e ingressarão na corrente sanguínea. Se forem tóxicas intoxicarão, paulatinamente, o organismo ou provocarão a morte imediata. Se não forem solúveis em água, permanecerão dentro do alvéolo onde, submetidos ‘ao violento furacão’ (que proporcionalmente é assim que o ar lá, se agita) acabarão por provocar o rompimento das paredes alveolares e criando grandes espaços vazios gerando a doença chamada “Enfisema Pulmonar”, também chamado DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que aos poucos vai diminuindo o percentual da capacidade respiratória. E a medida que os anos passam, esse enfisema vai aumentando e, assim, diminuindo a capacidade de oxigenar o sangue e, literalmente, sufocando a vítima. Você nem imagina o quão doloroso é ver alguém morrer por essa causa e que morte sofrida é a do doente. Se somos profissionais da área de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, com mais razão ainda, pois não só é nosso trabalho, como nossa responsabilidade e nosso dever moral, cuidarmos com zelo e determinação, da vida e da saúde dos empregados da empresa que nos emprega para fazermos isso.
Para que tenhamos um nível seguro e ideal é que, além de puro, a percentagem de 20,9% de oxigênio no ar, seja mantida onde estivermos sendo apenas aceitável que caia para 19,5%, ou tolerável de 17% que é apenas o suficiente para manter a vida, se tornando passível de óbito com 13 ou 12,5%, nível que chamamos de Imediatamente Perigoso à Vida e a Saúde – IPVS.
Na edição de sexta que vem (17/10) Capítulo III – vamos examinar e saber das Capacidades Pulmonares, o que, provavelmente, ocupara 2 edições – 2 semanas e depois vamos saber do Capítulo IV – Ventilação Alveolar.
(Luiz Carlos Sanfelice – lcsanfelice@gmail.com)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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