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Brasil Saiba como é o dia a dia de uma família em que há um esposo e duas esposas

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Ciúme entre eles não existe, mas o sentimento aparece quando alguém de fora se aproxima. (Crédito: Reprodução)

Em um espaço de 1,38 metros por 1,88 metros, Yasmin Nepomuceno da Cruz, Thais Souza de Oliveira e Leandro Jonattan da Silva Sampaio compartilham as noites. O trisal (palavra cunhada a partir de “trio” e “casal”), que formalizou a união estável no começo do mês, garante que o tamanho da cama é mais que suficiente. Embora as manias individuais atrapalhem um pouco a noite de sono, os integrantes dessa relação poliamorosa acham que o casamento a três é tão normal quanto uniões convencionais.

“As pessoas gostam muito de rotular, mas elas esquecem que quando apontam um dedo, três estão apontados de volta para elas”, diz Leandro, de 32 anos. “Durmo entre elas e passo a noite recebendo golpes de cabelo no rosto, quando elas se mexem”, acrescenta, bem-humorado.

Leandro também tem lá suas idiossincrasias. As mulheres contam que o marido chega a ser irritante, querendo contar seus sonhos. “Ele fecha os olhos e um minuto depois já diz ‘Sonhei que tinha morrido’. Dorme de novo, acorda e diz: ‘Sonhei que estava pilotando um avião’. Ele não para”, conta Yasmin, 21, revelando ainda as especificidades de Thais, também 21: “Toda noite ela reclama que tem areia na cama”.

Quando usam a cama para finalidades, digamos, mais movimentadas do que dormir, nem sempre os três precisam estar presentes, revela o trisal. De acordo com Thais, antes do sexo com “apenas” duas pessoas, a única regra é avisar quem está de fora. A medida é uma precaução para não deixar a pessoa que ficou de fora se sentir “traída”.

“A gente avisa porque vai que um quer fazer sexo à noite, e os outros não querem e dizem [de surpresa] ‘já fiz hoje’. Fica meio chato”, explica, antes de dizer com convicção que não existe ciúme entre eles, e que, ao contrário do que muita gente pensa, as duas meninas também têm relações entre si.

Se o ciúme entre eles não existe sob o teto da pequena casa onde vivem no Rio de Janeiro, o sentimento de posse aparece quando alguém de fora ousa se aproximar de um dos lados do triângulo amoroso. Nesse caso, como nas relações a dois, grande parte das brigas é motivada por comentários e curtidas em redes sociais. Em um desses episódios, Yasmin não gostou de um comentário de Leandro na foto de uma amiga no Facebook e tratou de contar para Thais – segundo eles, o vértice mais explosivo da relação.

Leandro se enxerga como uma pessoa de mente aberta, distante de tradicionalismos. Contudo, para ele, quatro já é demais e, perguntado se o quarto elemento poderia ser um homem, é reticente. “Costumo dizer que nenhuma possibilidade está fechada. (…) Mas digo que hoje nossas necessidades estão supridas. Não tem espaço nem para outra mulher nem para um homem.”

As meninas concordam. Na opinião de Yasmin e Thais a formação atual da família (que tem ainda a presença da filha de Leandro e Thais, Emily, de 3 anos) está perfeita e o único a ser aceito como quarto integrante seria um novo filho, que Yasmin pretende encomendar no futuro, quando tiver estabilidade financeira. Enquanto isso, ajuda a cuidar de Emily, que a chama de “titia”.

Reconhecimento.

Yasmin, Thais e Leandro não são os primeiros a celebrarem uma união estável. O primeiro trisal reconhecido oficializou a relação no final do ano passado. O relacionamento poliamoroso é formado por três mulheres.

Além do documento, o trisal também celebrou um testamento e um testamento vital. Neste último, as mulheres delegaram uma a outra o direito de decidir sobre os procedimentos adotados em situações de vida ou morte. Em conquista recente, um membro do trisal conseguiu incluir as companheiras como dependentes no plano de saúde.

Embora a união estável ainda não seja uma garantia de que os envolvidos terão acesso a benefícios, o documento pode ser uma base importante para respaldar os membros de relacionamentos poliamorosos. Diferente da poligamia, no relacionamento poliamoroso existe apenas um núcleo familiar, o que garante a legalidade do ato.

Para a tabeliã Fernanda Leitão, a tendência é que o reconhecimento de uniões entre mais de duas pessoas se torne mais comum assim como aconteceu com as relações homoafetivas.

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https://www.osul.com.br/saiba-como-e-o-dia-a-dia-de-uma-familia-em-que-ha-um-esposo-e-duas-esposas/ Saiba como é o dia a dia de uma família em que há um esposo e duas esposas 2016-04-10
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