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Saiba como entrar na universidade pública sem fazer vestibular

A USP reserva vagas em vários cursos de graduação para estudantes premiados em competições acadêmicas nacionais e internacionais. (Foto: Reprodução)

Nem vestibular nem Enem. Universidades públicas de ponta como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) têm criado outros mecanismos de seleção, como as vagas destinadas para estudantes premiados em competições acadêmicas nacionais e internacionais de diferentes áreas do conhecimento, como matemática, robótica, física, química, biologia e astronomia.

Para selecionar os inscritos, as universidades definem uma pontuação para cada medalha. As conquistadas em olimpíadas internacionais valem mais. Ao final, cria-se um ranking entre os candidatos para que sejam distribuídas as vagas. Não é preciso fazer uma prova adicional.

Na edição de estreia das “vagas olímpicas” da Unicamp, em 2019, foram oferecidas 90 vagas, disputadas por 285 inscritos. Neste ano, a concorrência aumentou: são 129 vagas para 966 candidatos. Segundo a Unicamp, os estudantes que disputam as vagas têm um perfil de alto rendimento e a ideia, ao facilitar o ingresso na instituição, é retê-los no Brasil, pois a maioria considera seguir carreira no exterior.

Neste ano, a USP destinou 200 vagas em mais de 100 cursos de graduação para o ingresso de estudantes participantes dessas competições. O edital para a próxima seleção, cujo ingresso ocorre em 2025, ainda não foi divulgado, porém a USP confirmou que manterá a modalidade.

Provão Paulista

Os estudantes do ensino médio matriculados em escolas públicas de todo o Brasil também podem recorrer ao Provão Paulista Seriado, criado no ano passado pelo governo do Estado de São Paulo. As provas são aplicadas a partir do 1.º ano, e até chegar ao 3.º ano o aluno acumula pontos anualmente para ter direito a uma vaga na universidade.

São 15.390 vagas, sendo 1,5 mil na USP; 934 para a Unesp; 325 para a Unicamp; 10 mil para as Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs); e 2.631 para a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

Neste ano, 1.730 estudantes dos três anos do ensino médio farão o Provão em polos localizados na capital e nas cidades de Araçatuba, Campinas, Itapetininga, Ribeirão Preto e São Paulo.

Todos os 378 mil alunos do 3.º ano que fizeram o Provão no ano passado, quando estavam no 2.º ano, estão automaticamente inscritos e farão os exames previstos para os dias 30 e 31 de outubro nas próprias escolas. A escolha de cursos está disponível desde segunda-feira.

Só podem se inscrever pela primeira vez os que estão matriculados no 1.º ano público atualmente. Cada estudante pode escolher até oito programas diferentes em até quatro faculdades.

Os coordenadores destacam, porém, que é sempre importante colocar como primeira escolha o curso que se pretende realmente cursar.

Portugal

Desde 2014, é possível utilizar o Enem também para estudar na Universidade de Coimbra, em Portugal, uma das mais tradicionais da Europa. De lá para cá, outras instituições portuguesas seguiram a mesma trajetória e firmaram parcerias com o governo brasileiro. Atualmente, 35 instituições de ensino superior de Portugal aceitam o Enem para receber alunos brasileiros.

Por meio do acordo com o Inep, essas instituições conseguem consultar diretamente o desempenho dos alunos no exame. A Universidade de Coimbra, por exemplo, informou em nota oficial que já selecionou 2 mil candidatos brasileiros para cursos de bacharelado e licenciatura desde o início do convênio com o governo brasileiro.

Segundo a reitoria, a parceria permite uma “troca intercultural de grande relevância e uma outra forma de construir cidadania, respeito e dignidade pela troca de experiências, de saberes e de olhares sobre o mundo”. “A presença de brasileiros na UC é motivo de grande orgulho e tem ajudado a transformar a nossa universidade para melhor”, diz a reitoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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