Terça-feira, 17 de setembro de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Venezuela: saiba como foi a ida de Edmundo González, que teria vencido a eleição contra Nicolás Maduro, para refúgio na Espanha; opositor temia por sua vida e por sua família

Compartilhe esta notícia:

Decisão de deixar a Venezuela ocorreu depois de ter sido processado por cinco crimes relacionados com a sua função eleitoral. (Foto: Reprodução)

Edmundo González Urrutia já se encontra refugiado na Espanha, depois que o avião das Forças Armadas espanholas que o trouxe da Venezuela pousou na tarde de domingo (8) nos arredores de Madri. Com o passar das horas, vieram à tona os detalhes da fuga do candidato da oposição das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, notícia que tomou conta do noticiário espanhol.

Segundo a imprensa local, este resultado foi forjado no sábado (7), após um encontro entre González Urrutia e diplomatas espanhóis em que o ex-presidente José Luís Rodríguez Zapatero desempenhou um papel fundamental.

A decisão do candidato da oposição de deixar a Venezuela por temer pela sua vida e pela da sua família ocorreu depois de ter sido processado pelo Ministério Público por cinco crimes relacionados com a sua função eleitoral.

Na verdade, em três ocasiões foi convocado a testemunhar pela justiça venezuelana, mas não compareceu. González Urrutia escondeu-se na embaixada da Holanda no dia seguinte às eleições, nas quais a oposição venezuelana, liderada por Corina Machado, reivindica vitória após denunciar a fraude do regime chavista.

Lá permaneceu até a última quinta (6), quando se mudou para a residência do embaixador espanhol em Caracas. Agora, o jornal El País revela que a operação diplomática que levou à sua saída começou a tomar forma duas semanas antes.

Segundo as declarações do Ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, a decisão de pedir asilo em Espanha coube única e exclusivamente a González Urrutia, e este negou que fosse resultado de qualquer pacto com o regime de Maduro. “González solicitou o direito de asilo e a Espanha irá, naturalmente, concedê-lo. Pude falar com ele, ele me transmitiu a sua gratidão e eu transmiti-lhe a alegria por estar bem”, afirmou Albares.

A Espanha e a União Europeia não reconheceram o resultado oficial das eleições na Venezuela, que declararam Maduro vencedor.

Versão diferente

No entanto, a versão dada pelo regime de Maduro sobre a saída do candidato da oposição é significativamente diferente. A vice-presidente Delcy Rodríguez, que anunciou a saída de González Urrutia, sugeriu nas redes sociais a existência de um acordo para facilitar a sua saída. A Venezuela teria concedido ao dissidente “o salvo-conduto adequado” para a “tranquilidade e paz política do país”.

Levando em conta que González Urrutia não saiu clandestinamente por nenhuma fronteira terrestre, é muito provável a existência de algum tipo de acordo entre Caracas e Madrid. E o cenário da prisão deste diplomata reformado de 75 anos não interessava a nenhuma das partes. Por outro lado, parece improvável que este seja o caminho escolhido por Machado, o verdadeiro líder da oposição, cujo paradeiro é desconhecido.

Refugiado político

González Urrutia foi recebido em Madri pela secretária de Estado da América Latina e do Espanhol no Mundo, Susana Sumelzo. Os dissidentes venezuelanos se beneficiam de um procedimento de asilo acelerado em Espanha, pelo que se espera que González Urrutia veja em breve o seu estatuto de refugiado político reconhecido. Cerca de 100 mil venezuelanos já se refugiaram lá, incluindo o conhecido dissidente Leopoldo López.

De momento não se sabe quando González Urrutia será recebido pelo presidente espanhol, Pedro Sánchez, que este domingo chegou à China numa visita que visa comemorar os 50 anos do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

A concessão de asilo a González Urrutia ocorre apenas dois dias antes de o Congresso dos Deputados debater uma proposta do PP que defende que o Governo reconheça o líder venezuelano como presidente eleito da Venezuela, como já fizeram os Estados Unidos, e condene o ex-presidente Rodríguez Zapatero por o seu papel como mediador junto do regime de Maduro na libertação de numerosos presos políticos e na actual crise política.

A vida de González Urrutia mudou radicalmente em abril passado, depois que Corina Machado o adotou como único candidato da oposição após a invalidação de várias candidaturas pelo regime, incluindo a dela. Assim, o ex-diplomata, desconhecido da maioria dos venezuelanos, deixou para trás a sua vida pacata de aposentado amante da leitura e escritor amador, que gostava da companhia dos netos, para entrar num verdadeiro turbilhão eleitoral. Agora, González Urrutia enfrenta a dura experiência do exílio, uma fase de duração indeterminada e a expectativa de nunca mais pisar nas ruas de Caracas.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Eleições presidenciais nos EUA: insultos e perguntas difíceis marcam a preparação de Kamala e Trump para o debate desta terça
Estado de saúde de Maidê Mahl é grave: achada ferida em hotel, atriz gaúcha está recebendo cuidados intensivos
https://www.osul.com.br/saiba-como-foi-a-ida-de-edmundo-gonzalez-que-teria-ganhado-a-eleicao-contra-nicolas-maduro-para-refugio-na-espanha-opositor-temia-por-sua-vida-e-por-sua-familia/ Venezuela: saiba como foi a ida de Edmundo González, que teria vencido a eleição contra Nicolás Maduro, para refúgio na Espanha; opositor temia por sua vida e por sua família 2024-09-09
Deixe seu comentário
Pode te interessar