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Política Saiba como funciona a Starlink, empresa de Elon Musk

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A Starlink, de Elon Musk, é líder no fornecimento de internet a regiões isoladas, como a Amazônia. (Foto: Divulgação/Starlink)

O embate entre o bilionário Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) em torno da rede social X já está afetando as operações da Starlink, divisão da SpaceX que fornece internet via satélite. Caso as ordens da Corte não sejam cumpridas, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não garante que conseguiria barrar a operação da rede de satélites no Brasil.

Hoje, a internet via Starlink tem cerca de seis mil satélites em órbita, fornecendo conexão para mais de 200 mil usuários no País. Esse serviço conecta tropas do Exército, escolas e hospitais em regiões remotas, normalmente desassistidas por redes terrestres de fibra óptica.

A Starlink opera através de uma “constelação” de pequenos satélites em órbita terrestre baixa, que varia entre 340 a 1.200 quilômetros de altitude. Essa distância menor em relação aos satélites tradicionais de comunicação geoestacionária, que orbitam a 36 mil quilômetros acima da Terra, proporciona uma significativa redução na latência da conexão.

Para acessar a internet via Starlink, os usuários necessitam de um terminal que consiste em uma pequena antena parabólica retangular e um smartphone ou computador para configuração inicial. A antena se auto ajusta para se conectar ao melhor satélite disponível, enviando e recebendo dados.

A conexão não nasce do nada. Assim como a fibra óptica, a internet por satélite necessita de estações terrestres chamadas gateways, que retransmitem os dados para a internet pública.

Para o Brasil, a Starlink instalou 20 gateways para transmitir a conexão aos satélites. A cobertura é nacional, mas a maior utilização é em regiões remotas, como a Amazônia, onde a internet de fibra óptica não está disponível. Isso equivale a mais de 200 mil pontos de acesso, com cada antena podendo atender múltiplos usuários.

A conexão através do sistema utilizado pela companhia pode apresentar, porém, problemas como interferências meteorológicas que interrompem o serviço e a possibilidade de saturação da rede devido à alta densidade de usuários. Além disso, a comunidade científica expressa preocupações quanto à poluição espacial e interferências em observações astronômicas.

Recentemente, Artur Coimbra de Oliveira, conselheiro diretor da Anatel, explicou que, embora a Anatel possa não conseguir barrar totalmente a operação da Starlink, existem medidas para prejudicar ou inviabilizar a funcionalidade do serviço. A Anatel poderia lacrar as estações terrestres no Brasil, essencialmente bloqueando a operação dos gateways.

A possibilidade de revogar a outorga da Starlink tem sido discutida devido à resistência inicial da empresa em cumprir a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de suspender o acesso de seus usuários à rede social X (anteriormente Twitter). Se essa resistência continuar, a Anatel pode abrir um procedimento por descumprimento de obrigações, aplicando sanções que podem variar de advertências até a extinção da outorga da empresa no Brasil.

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