Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2024
Quando falamos em arritmia, muitos acreditam que ela é a doença que gera morte súbita. Mas não é bem assim. Pelo menos, nem sempre é assim. O risco de morte súbita associado à arritmia cardíaca, como ocorreu no trágico caso recente do jogador de futebol Juan Izquierdo, existe, mas é preciso entender que esta é uma condição com múltiplos cenários, associada a diferentes doenças e que pode, em alguns casos, não oferecer riscos à vida.
Segundo o cardiologista, especialista em Estimulação Cardíaca Artificial e Arritmia Clínica e fundador do Centro Cardiológico, Ricardo Ferreira, em uma definição simples: arritmia é uma alteração do ritmo cardíaco. E há, não apenas um tipo dela, mas três. Bradicardia, quando a frequência cardíaca está muito baixa, taquicardia, quando muito alta e, a última, o ritmo irregular, que altera os batimentos, mas os mantém dentro do aceitável, entre 50 e 100 por minuto.
E o que muita gente também não sabe é que essas alterações podem ser tanto benignas, geralmente relacionadas ao desenvolvimento, respiração, ações comportamentais e variações de normalidade que realmente não precisam de um tratamento específico. E malignas, mais comumente ligadas às doenças nas artérias do coração e Doença de Chagas.
A seguir separamos algumas dicas do profissional, que podem nos ajudar a identificar o problema e buscar ajuda médica.
– Mas como saber se você tem uma arritmia e qual é o tipo? Prestar atenção aos sintomas é um começo, e eles podem ser muitos. Alguns inespecíficos, como tontura, cansaço, falta de ar, indisposição para fazer algumas atividades que antes eram realizadas tranquilamente podem ser indícios.
– A queixa mais comum está normalmente associada à frequência muito alta, porque é o que logo desperta a nossa atenção. Nesses casos, o diagnóstico pode também ser um desafio, pois, fora da crise, os exames costumam ser todos normais. Diante disso, há uma série de estratégias que devem ser adotadas para um diagnóstico correto, inclusive, para conseguir documentar a hora exata da arritmia. Procedimentos como, por exemplo, o estudo eletrofisiológico, que vai atrás do problema ao invés de esperá-lo aparecer, já representam uma evolução muito grande em termos de investigação médica.
– No geral, quando o coração está fora do ritmo, o fluxo de sangue também pode ficar prejudicado. E como ele é o responsável por irrigar todas as partes do corpo, outros órgãos tendem a “reclamar”. No caso do cérebro, ele vai se manifestar deixando a pessoa mais quieta. Se o coração está atrapalhando o fluxo de sangue para o músculo, a pessoa sentirá mais cansaço.
– Falando especificamente das arritmias malignas, é possível ver que elas estão relacionadas com impacto na qualidade de vida, com maior chance de causar um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e, aí sim, até com a maior chance de morte súbita. Mas tudo isso depende muito de com qual arritmia estamos lidando.
– Há casos em que essas alterações do ritmo cardíaco são totalmente assintomáticas, por exemplo. O que nos leva à importância de uma avaliação muito ampla do paciente, que considere todos os seus hábitos, o histórico familiar, para investigação de casos de morte súbita na família, bem como de outras doenças, além de uma análise detalhada do eletrocardiograma.
– Às vezes, pequenas variações ditas dentro da normalidade podem prejudicar a qualidade de vida ou evoluir com desfechos muito ruins. Por isso é importante estar atento, entender que o quadro arritmo acomete do recém-nascido ao idoso centenário, mas não representa necessariamente um risco de morte. Agora que você já conhece os sinais, esteja em dia com suas consultas de rotina. E, claro, mantenha um estilo de vida saudável, gerencie o estresse. Essas são atitudes que sempre fazem bem, para você e para o seu coração. As informações são do portal Terra.