Dezessete anos separam a luta que tornou Mike, aos 20 anos, o mais jovem boxeador a vencer na categoria peso pesado do Conselho Mundial de Boxe (WBC), em 1986, até declarar US$ 23 milhões em dívidas apresentadas ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos, em Manhattan, em 2003.
Após conseguir um patrimônio milionário desde que entrou pros ringues na década de 1980, aos 37 anos de idade, o atleta havia perdido patrimônio de mais de U$$ 400 milhões, segundo o The New York Times. Em uma conta simples, é como se ele tivesse gastado US$ 1,6 milhão por mês.
As extravagâncias de Tyson não se limitavam a casas e carros de alto luxo: já comprou uma banheira de ouro de US$ 2 milhões para a ex-esposa, e uma corrente de ouro de US$ 173 mil, forrada com 80 quilates em diamantes. Os caos financeiro foi além das compras e, devido às polêmicas dentro e fora dos ringues, atingiu sua equipe, advogados e até o fisco norte-americano.
Após falir, Tyson lutou por mais dois anos, quando se aposentou em 11 de junho de 2015 numa luta que perdeu para Kevin Mcbride. Desde então, se arriscou em várias vertentes. Considerado seu retorno, atuou no sucesso mundial “Se Beber, Não Case!”, em 2009, fez parceria com o Spike Lee, para um filme sobre o atleta, dançou na Broadway e lançou um livro.
Nos últimos anos, Mike chamou atenção pelos seus negócios com maconha. O atleta é sócio da Tyson Ranch, ao lado do ex-jogador de futebol americano Eben Britton. A empresa atua no comércio, produção e pesquisa de maconha, na Califórnia.
Segundo o The Sun, os negócios lucram 500 mil libras por mês, cerca de US$ 611 mil, com a venda de diferentes produtos a base da cannabis, como cepas comestíveis e extratos da erva. Desde 2018, a Califórnia legalizou o uso recreativo da maconha.
Mike está construindo, desde 2017, um resort de férias, que pretende oferecer uma experiência holística em torno do consumo da substância. O local, com mais de 170 hectares, deverá abrigar um hotel de luxo, um festival de música e a Universidade Tyson, que ensinará técnicas de cultivo da cannabis para futuros agricultores.
Com a possibilidade de voltar aos ringues, Mike pode acrescentar uma nova fonte de receita milionária. O presidente do Bare Knuckle Fighting, David Feldman, ofereceu US$ 20 milhões para o retorno do astro do boxe, para lutar contra o brasileiro Wanderlei Silva. Contudo, Tyson ainda não anunciou se aceitará o convite, apesar de ter aparecido recentemente nas redes sociais, treinando ao lado do também brasileiro Vitor Belfort.