Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de outubro de 2019
O treinamento funcional é um programa de condicionamento físico que visa aprimorar todas as capacidades físicas dos praticantes, como força, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade, agilidade, potência, equilíbrio etc, com movimentos funcionais utilizados no dia-a-dia ou atividades esportivas como empurrar, puxar, agachar, levantar, saltar.
Um dos princípios do treinamento funcional é recrutar a musculatura profunda, principalmente do core (multífidos, transverso do abdômen e pelve), para a estabilização e manutenção da postura da coluna vertebral para movimentos amplos ou pequenos.
Todo e qualquer caso deve ser analisado individualmente, principalmente em situações de doenças ou distúrbios e lesões do sistema musculoesquelético, cabendo ao profissional adaptar e limitar o treinamento de acordo com a patologia instalada.
A hérnia de disco é o deslocamento anormal do disco no espaço entre as vértebras, que pode ocorrer em qualquer segmento da coluna, mas principalmente nas regiões que apresentam maior mobilidade, como a região cervical e a lombar. Pode vir acompanhado ou não de extravasamento do núcleo pulposo. O deslocamento pode levar à compressão do canal vertebral e de nervos periféricos que saem da coluna para levar o impulso nervoso para outras partes do corpo.
A unidade funcional da coluna vertebral, ou seja, o local onde ocorrem os seus movimentos, consiste em duas vértebras adjacentes e seus tecidos moles correspondentes, como ligamentos e o disco intervertebral que se divide em basicamente duas partes: anel fibroso e núcleo pulposo.
A função do disco se dá na absorção e na distribuição de forças que ocorrem na coluna vertebral durante movimentos, postura, atividades de impacto e na promoção de liberdade de movimento da coluna vertebral. Assim, esse disco tem papel fundamental na função mecânica da coluna. Quando os movimentos e as cargas impostas ao disco excedem sua capacidade estrutural, desencadeiam degeneração e desidratação do núcleo pulposo e predispõem, de forma geral, as discopatias do tipo:
Hérnia protusa, onde existe um deslocamento do centro do disco, porém, sem rompimento das fibras. Gerando uma compressão levando a um quadro doloroso. Hérnia extrusa, onde existe um rompimento das fibras, mas não extravasa no canal medular. Gerando uma compressão maior levando a um quadro de dor mais intenso e prolongado. Hérnia sequestrada onde acontece o rompimento das fibras e o núcleo migra para o canal medular. Além da compressão e dor provoca uma inflamação importante e alteração no quadro sensitivo e motor.
Geralmente as hérnias de disco ocorrem nas regiões cervical e lombar. A fisioterapia é uma intervenção importante no processo de recuperação, principalmente nas fases agudas e sub-agudas, mas para tanto o acompanhamento multidisciplinar é essencial.
Fecharemos, então, nossa atenção ao profissional de Educação Física que é o exercício físico, frisando que uma pessoa com hérnia de disco só deve iniciar um programa de exercícios para recondicionamento físico quando houver regressão importante dos sintomas, principalmente a dor.
Um aspecto importante a ser considerado na prescrição de exercícios é o conhecimento da forma como as forças atuam na coluna vertebral em razão da postura ortostática, como na posição sentada e deitada. Assim quando o aluno estiver executando exercícios nessas posições, é necessário observar a posição da pelve, solicitar ao aluno que contraia os músculos abdominais e paravertebrais (chamada de cocontração).
Todas essas considerações na prescrição adequada para pessoas com hérnia de disco são amplamente aplicadas em um programa de treinamento funcional elaborado por um profissional capacitado.