Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de janeiro de 2023
Planejamento financeiro pode ajudar a manter contas no azul
Foto: DivulgaçãoComeçar o ano no azul pode ser um desafio para quem costuma gastar a mais durante a época de recesso e festas. Mas não é nada que um bom planejamento financeiro não possa resolver.
Especialistas consultados destacam que organização é primordial – e deve ser feita ao longo de todo o ano. Portanto, se não deu tempo de se organizar financeiramente agora, anote estas dicas para começar 2024 com uma situação mais confortável.
1. Se tiver dívidas, procure juros menores
Antes de tudo, identifique o perfil das dívidas e o quanto de juros paga por elas. O ideal é verificar se é possível trocar dívidas mais caras pelas mais baratas, destaca o professor Rodrigo De Losso.
“É possível verificar com o banco se há modalidades de empréstimo pessoal a juros mais baixos”, diz o especialista. A troca é ideal, por exemplo, no caso de endividamento no cartão ou cheque especial, que têm os maiores juros.
Se há diversos tipos de dívidas, a ideia do empréstimo pode também concentrá-las em apenas um ponto e facilitar o pagamento, aponta o professor. Outra saída é “aumentar as parcelas para diminuir o valor pago por mês a algo possível”, completa.
2. Negocie e seja realista
Já para aqueles que não têm dinheiro ou perderam o emprego e não conseguem quitar as dívidas, é preciso ser realista e verificar o quanto será possível pagar, diz Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Ao falar com os credores, a “negociação precisa ser bem feita, de modo que consiga cumprir”. Do contrário, ele destaca que haverá multas e penalidades, o que aumentaria as dívidas.
Para aqueles que dispõem décimo terceiro e, em alguns casos, férias, esse é o momento de utilizar esses recursos como “alavanca para voltar ao azul”, destaca Teixeira. Outra dica que ele dá para fugir dos juros do endividamento é vender bens. “Desfazer de bens para deixar de pagar juros”.
3. Anote tudo o que gasta e recebe
Após verificar as dívidas e tentar quitá-las ou diminuir seus juros, o ideal é organizar toda a vida financeira para não cair em mais gastos excessivos e manter uma boa gestão dos recursos durante o ano.
O primeiro passo é anotar todas as contas e rendimentos do mês, aponta Teixeira. Então, verifique o dinheiro que ingressa, salário, ganhos por fora, por exemplo, e o que é necessário pagar, como água, luz, telefone, impostos, despesa com alimentação e as dívidas parceladas, seja no cartão ou empréstimo.
Outro ponto importante é entender quais gastos ou ganhos são sazonais. “Caso do fim do ano que tem as festas, 13º, as férias, e, no início do ano, o material escolar”, destaca De Losso.
4. Faça o planejamento financeiro
Após a coleta das informações financeiras, organize-as em uma planilha do Excel ou até mesmo em um caderno. O professor de administração Agostinho Varandas conta que o uso de aplicativos pode facilitar muito o planejamento das finanças, como Money Lover, Minhas Economias, Wallet, entre outros.
“Para quem não tem muito conhecimento, talvez seja mais interessante usar um desses aplicativos porque eles já colocam as principais despesas e só há o trabalho de acrescentar o que planeja gastar”, acrescenta.
5. Atualize a planilha mensalmente
Para não ficar defasado o orçamento, o ideal é que o planejamento seja feito, pelo menos, uma vez por mês. Assim, se surgirem contas fora do planejamento, será possível fazer os ajustes necessários, explica Varandas.
“Então, como acompanhamos o comportamento mensalmente, vamos chegar no final de um período e analisar se o orçamento funcionou ou não, se conseguimos atingir a meta de gastos, conforme o planejamento. Se não conseguir atingir, terei que refazer o orçamento”, ressalta.
6. Faça uma reserva
Após organizar a bagunça, algumas ações podem ser feitas para manter as contas no azul, para além do planejamento.
Os especialistas concordam que é importante também ter uma reserva para imprevistos – caso ocorra a necessidade de uma compra urgente, por exemplo. “É preciso ter uma folga. Pelo menos 20% do que sobra do orçamento deveria ficar reservado para situações de emergência”, aponta Teixeira.
Sobre novos gastos, a não ser que seja uma necessidade extrema, como o caso de quebrar o carro ou queimar a geladeira, De Losso aconselha pagar à vista. Se não tiver dinheiro, compras de bens supérfluos devem ser evitadas.
Ou caso queira comprá-los, como uma TV, o ideal é juntar o dinheiro e pagar no débito com desconto. “Cartão de crédito só se puder pagar em dia”, alerta De Losso.
O professor também explica que renegociar dívidas de TV por assinatura, internet, celular, dentre outras, para não pagar mais caro e envolver os familiares no planejamento, com o auxílio na pesquisa de preços mais vantajosos, também ajuda a manter a saúde financeira.