Vazamentos de dados pessoais deixam muitas pessoas vulneráveis a golpes. Com o número de CPF e outros dados, golpistas conseguem realizar empréstimos, abrir contas ou fazer compras em outro nome, que pode ficar sujo após a fraude. Para conferir se determinado número de CPF foi usado indevidamente, o cidadão pode acessar o Registrato, sistema do Banco Central do Brasil.
Ainda desconhecido por muitas pessoas, embora criado em 2014, a ferramenta reúne em um só lugar todas as informações financeiras dos brasileiros. Nele, é possível checar quais contas bancárias estão abertas em seu nome, visualizar empréstimos realizados, chaves Pix cadastradas e outras informações relevantes.
Com a ferramenta, é possível consultar, de graça e de modo seguro, todas as informações da sua vida financeira que os bancos possuem. Estão reunidos, em um só lugar, contas bancárias em seu nome, financiamentos, empréstimos, dívidas com o governo federal, cheques devolvidos, dados de compra ou venda de moeda estrangeira e até as chaves Pix que você cadastrou.
Segundo o BC, o relatório de Empréstimos e Financiamentos foi o serviço mais procurado dentro do Registrato, com uma média de 700 mil documentos emitidos por mês no ano passado. Em dezembro, esse relatório foi unificado, pois antes havia uma versão resumida e outra detalhada.
Em janeiro de 2022, o Sistema de Valores a Receber, que revela a existência de valores esquecidos no sistema financeiro, chegou a promover a primeira rodada de consultas no Registrato. A procura foi tão grande que o BC criou uma página própria para esse tipo de demanda.
Tipos de relatório
Atualmente, o Registrato emite cinco tipos de relatório:
– Chaves Pix em nome do cidadão;
– Empréstimos e Financiamentos (SCR), útil para revelar se terceiros fizeram empréstimos em nome do correntista;
– Contas e Relacionamentos em Bancos (CCS), usado para saber se terceiros abriram contas em nome do cidadão;
– Câmbio e Transferências Internacionais;
– Cheques sem Fundos.
Maior procura
Em 2023, o Registrato emitiu 21,5 milhões relatórios – o que representa alta de 64% em relação a 2022, quando 13,1 milhões de consultas haviam sido feitas. Em nota, o BC atribuiu o aumento da procura a dois fatores. O primeiro é a maior preocupação das pessoas com fraudes e golpes. O segundo é a mudança na linguagem dos relatórios, que se tornaram mais simples e acessíveis ao público, reduzindo a procura nos canais do BC para tirar dúvidas sobre o conteúdo dos documentos.