Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2025
Cientistas do Catalina Sky Survey Project, um projeto financiado pela NASA, identificaram o possível “corredor de risco” do asteroide 2024 YR4, que tem a possibilidade de atingir a Terra no dia 22 de dezembro de 2032. A trajetória do asteroide abrange uma faixa estreita que vai desde o norte da América do Sul até a Ásia, incluindo áreas densamente povoadas, como Chennai, na Índia, e a Ilha de Hainan, na China. A chance de impacto é estimada em 2,1%, o que já coloca o asteroide em uma posição de risco significativo. As informações foram divulgadas pelo Daily Mail.
O asteroide 2024 YR4, que possui cerca de 90 metros de diâmetro, tem o mesmo tamanho da Estátua da Liberdade. Caso ele colida com o planeta, a explosão gerada poderia liberar até oito megatons de TNT, o que representa mais de 500 vezes a energia liberada pela bomba atômica lançada sobre Hiroshima. Esse impacto seria capaz de destruir uma grande cidade, causando danos imensos em uma área considerável.
Detectado pela primeira vez em dezembro de 2023, o asteroide rapidamente chamou a atenção e foi incluído nas tabelas de risco de impacto tanto da NASA quanto da Agência Espacial Europeia (ESA). Ele é o único asteroide atualmente conhecido que apresenta uma probabilidade de impacto com a Terra superior a 1%, o que faz com que se destaque entre outros objetos espaciais. Em razão disso, o 2024 YR4 recebeu a rara classificação de três na Escala de Torino, um sistema utilizado para medir o risco de colisões espaciais.
Caso o impacto realmente aconteça, diversos países estarão sob risco, como Índia, Paquistão, Bangladesh, Etiópia, Sudão, Nigéria, Venezuela, Colômbia e Equador. A localização exata da colisão será crucial para determinar a magnitude do impacto. Se o evento ocorrer nas regiões no final do corredor de risco, o choque seria menos intenso, mas ainda assim potencialmente devastador.
A explosão gerada pela colisão do 2024 YR4 poderia ser comparável ao evento de Tunguska, ocorrido em 1908, na Sibéria. Naquele incidente, um asteroide destruiu aproximadamente 80 milhões de árvores em uma área de 2.150 km². No pior cenário, os danos poderiam atingir até 18,9 km em qualquer direção do ponto de impacto, afetando gravemente as infraestruturas e possivelmente resultando em inúmeras vítimas fatais.
Nos próximos meses, a NASA e a ESA irão intensificar seus esforços para monitorar o asteroide 2024 YR4. Isso incluirá observações com o Telescópio Espacial James Webb, que permitirá aos cientistas utilizar sensores infravermelhos para refinar ainda mais os cálculos sobre o tamanho e a órbita do asteroide. Com esses dados, será possível determinar com maior precisão os riscos que ele representa para a Terra, e, assim, tomar medidas preventivas, se necessário.