O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará, nesta quinta-feira (12), por uma complementação da cirurgia na cabeça. Conforme a equipe médica de Lula, o procedimento endovascular de embolização de artéria meníngea média é minimamente invasivo e será feito em uma sala de cateterismo durante aproximadamente uma hora e a retirada do dreno deve ser feita ainda nesta quinta.
A embolização de artéria meníngea média é um procedimento minimamente invasivo que trata o hematoma subdural crônico, uma condição em que o sangue se acumula entre o cérebro e seu tecido protetor.
“Já estava sendo discutido como complemento ao procedimento cirúrgico esse tipo de complementação, que é um tipo de um cateterismo que vai embolizar a chamada artéria meníngea. Porque, quando você drena um hematoma, existe uma pequena possibilidade de, no futuro, as pequenas artérias da meníngea ainda causarem um pequeno sangramento”, explicou Roberto Kalil Filho, médico de Lula.
Na terça-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por uma cirurgia de emergência para a drenagem de um hematoma. Segundo os médicos, a lesão identificada em Lula é decorrente de uma queda que ele sofreu em outubro, em um banheiro de sua residência oficial. Na ocasião, o presidente bateu a região da nuca e levou cinco pontos.
Após apresentar dores de cabeça nos últimos dias, ele procurou ajuda médica e fez exames, que constataram um sangramento entre o cérebro e a membrana meninge (que reveste o órgão). Segundo o hospital Sírio Libanês, Lula foi submetido a um procedimento chamado trepanação
Segundo Gisele Sampaio Silva, médica neurologista, professora associada da disciplina de neurologia da Universidade Federal de São Paulo e Head Clinical Trialist em Neurologia no Hospital Israelita Albert Einstein, a embolização da artéria meníngea média é usada para tratar ou prevenir o crescimento de um hematoma subdural, que é um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio.
O hematoma subdural acontece, muitas vezes, após um trauma na cabeça, onde pequenos vasos sanguíneos se rompem e o sangue se acumula. Isso pode pressionar o cérebro e causar sintomas como dor de cabeça, confusão ou fraqueza. A embolização ajuda a “desligar” o vaso que está alimentando o sangramento, reduzindo o risco de piora ou recorrência, conforme explica a neurologista Gisele Sampaio.
“O neurorradiologista injeta uma espécie de contraste que faz com que nossos vasos passem a ser visíveis durante o procedimento. E, uma vez identificado um determinado vaso, um determinado alvo, o neurorradiologista, o profissional, faz o procedimento chamado embolização, que é, na verdade, a colocação de um cateter, um pequeno caninho, digamos assim, com uma espessura muito fina, dentro do vaso. Isso ocorre através de uma canulação, nós introduzimos próximo da virilha, onde temos uma artéria (…) O neurorradiologista coloca um cateter por dentro dessa artéria, esse cateter vai viajando através dos vasos até alcançar o alvo específico”, explicou o neurocirurgião Ricardo Santos de Oliveira.
Após o procedimento, o paciente é monitorado por algumas horas ou um dia no hospital. A maioria das pessoas retorna às suas atividades normais em poucos dias, com orientações específicas do médico. A embolização é uma opção segura e eficaz para muitos pacientes, mas a decisão depende de cada caso. As informações são do portal de notícias G1.