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Economia Saiba o que esperar dos juros no Brasil depois da indicação de corte da taxa nos Estados Unidos em setembro

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O ciclo de alta dos juros precisa ser observado pelos investidores. (Foto: Divulgação)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu na quarta-feira (31) manter, pela segunda vez consecutiva, a taxa básica de juros da economia estável em 10,50% ao ano, em um cenário de dólar em alta e pressão sobre a inflação. Com a decisão, unânime, a Selic permanece no menor nível desde fevereiro de 2022.

Ao justificar sua decisão, o Copom adotou um tom mais duro — mas não sinalizou alta para a próxima reunião, em setembro. O comunicado enfatizou a necessidade de “maior vigilância” e destacou que as conjunturas doméstica e internacional demandam um “acompanhamento diligente e ainda maior cautela”.

O Copom também ressaltou que a política monetária deve se manter contracionista “por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta” — referindo-se à meta de inflação, hoje em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

No cenário de referência do Copom, as projeções de inflação para 2024 subiram de 4% para 4,2% e, para 2025, tiveram alta de 3,4% para 3,6%.

O Copom também reformulou o parágrafo que costumeiramente trata do cenário fiscal e de seus impactos para a condução da política de juros. O documento divulgado ontem acrescenta que “a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes.”

Por outro lado, foi retirada a frase que trazia a importância de o Comitê monitorar “com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.”

O colegiado manteve a avaliação apresentada em junho, de que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, impactando, consequentemente, a política monetária.

O BC também ressaltou que o ambiente externo mantém-se adverso, em função da incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade econômica e de inflação em diversos países.

Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade e mercado de trabalho continua a mostrar dinamismo maior do que o esperado, de acordo com o comunicado.

Mercado de trabalho

Alberto Ramos, diretor para a América Latina do Goldman Sachs, avalia que “altas de juros a curto prazo ainda são possíveis, mas dificilmente o comunicado levará o mercado a aumentar significativamente a probabilidade de um aumento de juros na reunião de setembro.”

A manutenção da taxa era amplamente esperada pelo mercado, diz Mirella Hirakawa, economista e coordenadora de Pesquisa da Buysidebrazil. Ela observa, contudo, que os analistas esperavam uma sinalização mais clara no comunicado sobre uma possível retomada da alta nos juros.

Segundo ela, a expectativa era que o documento repetisse uma frase adotada em março de 2022, de que o Copom não hesitaria em retomar o ciclo de alta da Selic caso o processo de desinflação não transcorresse como esperado. Isso não ocorreu, mas também não foi descartado, afirma:

“Com isso, a leitura do mercado é que a Selic será mantida no patamar de 10,50% na próxima reunião do Copom, em setembro.”

Para Mirella, duas palavras no texto — vigilância e diligente — sobre o acompanhamento do cenário apontam um recado duro e de alerta.

O analista Luis Otávio Leal, da G5 Partners, avalia que o BC deu um recado mais duro em relação ao tom adotado em junho. Ele ressalta que o Copom cita como fatores de risco um processo de desinflação mais lento, as políticas econômicas interna e externa, e a taxa de câmbio.

Leal também destaca o aviso de maior vigilância: “os impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância.”

Para Rafael Cardoso, economista-chefe do Departamento de Pesquisa Econômica do Banco Daycoval, o comunicado foi duro:

“Diversos pontos do comunicado dão a ideia de que, eventualmente, o cenário de se subir os juros não é desprezível. A comunicação do BC deixa a porta aberta para isso”, diz Cardoso, ressaltando, porém, que isso não deve ocorrer em setembro.

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