Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2024
Lula não escondeu de aliados sua irritação com o fato de Rogério Favreto ter ficado fora da lista tríplice votada por ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). É a partir dela que o presidente escolherá um desembargador para ocupar uma das vagas da corte.
Em conversas reservadas, auxiliares de Lula afirmam que o petista se queixou do fato de os magistrados terem considerado uma interferência a sua manifestação sobre a preferência por Favreto. Lula tem dito que, se existe uma pessoa que entende dos protocolos da República, essa pessoa é ele. As informações são do blog da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.
Parte dos integrantes do governo tem a mesma percepção dos ministros do STJ. Avaliam que Lula, ao manifestar seu apoio a Favreto em conversas com os magistrados, errou. Para eles, o articulação direta do presidente deixou seu favorito de fora da lista, impondo a Lula uma derrota pessoal. A leitura é que o petista deveria ter escalado seus auxiliares da área jurídica para fazer a ponte com o tribunal.
Quando Lula esteve preso pela Operação Lava-Jato, em 2018, Favreto, como integrante do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, chegou a determinar sua soltura num plantão, que acabou revertida.
Mulheres
O coletivo Elas Pedem Vista, formado por advogadas, reforçou nesta semana a manifestação para que sejam escolhidas mulheres para as duas vagas abertas no STJ. As cadeiras estão vazias desde que duas ministras se aposentaram: Assusete Magalhães e Laurita Vaz. Os favoritos na disputa são homens.
O STJ votou na última terça-feira (15) duas listas tríplices com o nome de candidatos às vagas e encaminhou para o presidente Lula, que escolherá os novos ocupantes das vagas.
As listas são formadas por três mulheres e três homens devido ao esforço do presidente da Corte, ministro Herman Benjamin, em apresentar ao petista listas paritárias no quesito gênero. Até a semana passada, antes de Benjamin entrar em campo, os homens dominavam a disputa nos bastidores.
“As vagas deixaras pelas ministras Laurita Vaz e Assusete Magalhães no STJ trazem uma questão crucial: a importância de manter a representatividade na Corte. Com as listas tríplices formadas por membros dos TRFs e do MP, urge-se que essas vagas sejam ocupadas por mulheres, para que não haja um retrocesso no avanço da igualdade de gênero no Judiciário”, diz postagem do coletivo em rede social.