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Economia Saiba o que muda na Caixa Econômica Federal

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Instituições afirmam que é possível conciliar a atuação social com rentabilidade adequada. (Foto: Reprodução)

Cinco anos após a criação da vice-presidência de Negócios de Atacado, o foco da Caixa Econômica Federal (CEF) agora é buscar protagonismo nas operações com empresas. O vice-presidente da área, Ronny Peterson, contou que a ambição é apresentar um novo produto a cada mês. O primeiro passo é a estreia na modalidade de crédito de risco sacado – em baixa desde a descoberta do calote bilionário da Americanas.

Segundo Peterson, o produto era um desejo da Caixa desde a criação da vice-presidência, o que foi reforçado este ano, quando a instituição detectou aumento da procura da modalidade diante da retração dos bancos após a crise da varejista.

No acumulado do ano até junho, o saldo de crédito de desconto de duplicatas e recebíveis, rubrica em que o Banco Central (BC) contabiliza as operações de risco sacado, tem queda de 23,2%.

O lançamento veio com a retomada de uma grande parceria com a Petrobras. Em meados de agosto, o banco e a petroleira anunciaram um acordo para o financiamento da cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás. Um dos programas da Petrobras de fomento à cadeia, o Mais Valor, funciona exatamente por meio de operações de risco sacado.

Adiamento

O risco sacado é a linha por meio da qual empresas de grande porte garantem a seus fornecedores uma antecipação dos recursos que devem a elas. O banco adianta o dinheiro, cobrando uma taxa. Em alguns casos, as empresas usam a linha para estender prazos de pagamento.

A modalidade tornou-se o pivô da crise da Americanas após a varejista afirmar, em janeiro, ter identificado operações que não haviam sido contabilizadas corretamente, e os bancos se retraíram. Em junho, após os trabalhos de um comitê de investigação, a empresa informou que o risco sacado era apenas um dos instrumentos por trás de uma questão mais ampla, centrada em contratos de publicidade.

A Caixa decidiu usar o programa com a Petrobras como piloto para entrar de vez nesse mercado no ano que vem, expandindo a atuação para outros setores econômicos, principalmente no segmento de “middle market”, que atende a empresas com faturamento anual de até R$ 1 bilhão.

A expectativa do banco público é operar de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões em risco sacado este ano. Depois, a oferta vai depender da definição do orçamento da instituição financeira. Mas o executivo pondera que a entrada nesse mercado também será cautelosa, até diante do aumento da inadimplência.

O índice de atrasos saltou de 0,6% em janeiro para 2,9% em junho, de acordo com o BC, em parte pelos efeitos da crise da Americanas. Peterson argumenta que a Caixa estudou bastante o produto e diz que a modelagem construída deve garantir inadimplência zero – o que deve possibilitar um diferencial no preço.

Contas

Oferecer risco sacado é parte de uma agenda da Caixa de busca pela fidelidade dos clientes, de pessoas físicas a empresas. O banco é o maior do País em número de clientes, com 150 milhões de contas. No entanto, a instituição detectou que na média os clientes fazem poucas transações. Daí surgiu a estratégia de oferecer mais produtos e melhorar o relacionamento para reverter o quadro. As primeiras empresas atendidas serão as que já são clientes. “Vamos entrar de forma conservadora”, diz Peterson.

O atendimento a empresas de médio porte foi encampado por alguns bancos digitais nos últimos anos, mas Peterson afirma que a Caixa tem uma vantagem importante: a presença física, com 51 escritórios dedicados ao segmento, em todas as regiões do País. “O empresário do middle, que normalmente é o dono e atua no negócio, ainda percebe valor na relação pessoal. Isso tem sido, com certeza, um diferencial competitivo.”

A retomada da parceria com a Petrobras foi considerada um marco simbólico pela Caixa não só pela oportunidade de estrear na modalidade de risco sacado, mas também por restabelecer as conexões do banco público com grandes empresas. Segundo o executivo, o anúncio da parceria com a petroleira chamou a atenção e o banco já foi procurado por outras empresas de capital privado interessadas em acordos similares. “O interesse foi maior do que esperávamos”, conta.

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