Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de março de 2022
Atualmente, o “canal oficial” de Jair Bolsonaro no Telegram tem mais de um milhão de seguidores.
Foto: Agência BrasilO bloqueio do Telegram em todo o território brasileiro, determinado na sexta-feira (18), pode dificultar a comunicação do presidente Jair Bolsonaro com seus apoiadores mais fiéis. Desde 2021, o aplicativo de mensagens tem sido utilizado para essa finalidade pelo mandatário, seus filhos, ministros e assessores, como forma de fugir das restrições de outras plataformas.
Eles consideram que a rede é “livre de censura” e, por isso, utilizam a plataforma para disseminar conteúdos que eventualmente incluem textos e imagens com informações falsas e outros problemas – conteúdos que podem ser mais facilmente barrados em aplicativos como o WhatsApp, por exemplo.
Bolsonaro passou a utilizar o Telegram para a divulgação das ações de governo em janeiro de 2021, pouco depois de o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ser bloqueado em outras redes sociais.
Atualmente, o “canal oficial” de Jair Bolsonaro no Telegram tem mais de 1 milhão de seguidores. Com frequência, o presidente pede a seus apoiadores que o acompanhem pelo aplicativo – no Twitter, já foram 22 publicações nesse sentido desde o começo do ano.
Na mais recente, publicada na manhã de sexta-feira, o presidente afirma que o canal criado por ele no Telegram “traz todos os dias muitas ações de interesse nacional, lamentavelmente omitidas por muitos”.
Em 22 de fevereiro, por exemplo, Bolsonaro criticou em duas publicações no Telegram a decisão da Justiça da Colômbia de descriminalizar o aborto até a 24ª semana de gestação.
“Todos nós já nos emocionamos com a história de bebês prematuros que superaram as dificuldades e se tornaram a alegria de seus lares”, escreveu na legenda de uma foto. Os conteúdos alcançaram mais de 200 mil usuários. Somadas, as duas postagens receberam 1.660 comentários.
Pedido da Polícia Federal
A ordem de suspensão partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF). Motivo: descumprimento de várias ordens judiciais pela plataforma.
Já na tarde deste sábado (19), o magistrado impôs um prazo de 24 horas para que os responsáveis pelo aplicativo de mensagens cumpram ordens judiciais pendentes. Só assim será encerrado o bloqueio. Confira as principais exigências:
– Indicação de quem representa oficialmente o aplicativo no Brasil.
– Detalhamento de providências que a empresa tomará para combater a divulgação de fake news e outros conteúdos prejudiciais ao País (incluindo termos de uso e as punições previstas para usuários que infringirem as regras).
– Derrubada de publicações do canal de Bolsonaro, onde foram publicadas informações sigilosas sobre um ataque hacker ao TSE em 2018. Essa conduta do presidente é investigada tanto pelo STF quanto pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE).