Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2015
Antes de o avião ser uma realidade, ganhar as alturas foi o sonho de muitas personalidades da história. Não duvide, por exemplo, que o inventor italiano Leonardo da Vinci, que nasceu em 1452, na Toscana, um dos mais famosos artistas do Renascimento, trocasse sua Mona Lisa por um avião que voasse de verdade sem qualquer hesitação. Da Vinci testou dezenas de máquinas voadoras, sem sucesso, em uma época em que as caravelas ainda tentavam desbravar os oceanos.
Passadas muitas tentativas de autores diferentes, três séculos depois, um brasileiro tirou do papel o primeiro avião. Famoso pelos seus balões dirigíveis, com motor à gasolina, Santos Dumont realizou o primeiro voo oficial, em Paris, na França, no dia 23 de outubro de 1906, com uma aeronave que construiu. O biplano 14-bis percorreu uma distância de 220 metros, a uma altura de 6 metros, durante 21 segundos, sem acidentes.
Segundo informação publicada no dia seguinte, “o arrojado aeronauta saiu incólume, sendo levado em triunfo pela multidão”. “Ele provou a coisa mais importante, que era possível dirigir o voo”, afirma o pesquisador Henrique Lins de Barros, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e autor de vários títulos sobre o inventor.
Até então, para decolar e ganhar impulso, era necessário utilizar uma rampa, que deixava o piloto a mercê das condições do terreno.
Visionário.
Visionário, Dumont trabalhava como projetista, construtor e piloto de cada protótipo que desenvolveu. Em seus sonhos, imaginava a substituição das rodas e estradas pelas nuvens – em breve, dizia, cada garagem teria um avião. “Esse impulso no início da aeronáutica e aviação foi fundamental”, destaca Barros.
Suas patentes contribuíram imensamente para o desenvolvimento do setor. Em menos de uma década, os investimentos dos magnatas do petróleo e da indústria de motores tornaram os aviões mais acessíveis e robustos – as máquinas já não tinham mais a fragilidade de seu ancestral, construído em seda envernizada, com materiais reciclados de outras invenções de Santos Dumont.
Ainda considerada um esporte de alto risco, a aviação pousou no Brasil oficialmente em 22 de outubro de 1911, data em que o mecânico Edmond Plauchut, na época com 46 anos, aceitou o desafio proposto pelo jornal “A Noite” – de voar do centro do Rio de Janeiro à Ilha do Governador (RJ). Se conseguisse, ganharia 10 contos de réis. Ele já era conhecido no País pelas manobras malucas que costumava praticar.
O piloto levantou voo em um aeroplano francês. E fez o percurso de 15 quilômetros em oito minutos. Plauchut quase conseguiu. Cada detalhe da grande façanha, do momento em que alçou voo até a queda, foi documentado com entusiasmo. O aviador não sofreu nada e ainda entrou para a história da aviação nacional.
Símbolo de luxo.
Depois da Segunda Guerra, viajar de avião virou um luxo. Nenhuma companhia representou isso melhor que a pioneira Pan American World Airways, a Pan Am. A linha prometia segurança, conforto e glamour. As refeições preparadas por chefs eram servidas com talheres de prata e copos de cristal.
A companhia não investiu apenas em serviço, mas em segurança. Trouxe para os aeroportos as primeiras torres de controle. Também ficou conhecida pelas belas comissárias de bordo – que inspiraram a série televisiva “Pan Am”, de 2011, da rede americana ABC, que chegou em 2012 no Brasil.
Entretanto, com o aumento da gasolina, em 1991, pediu falência. O motivo: a empresa não conseguia cobrir os custos da operação. (AE)