Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2022
É certo que o mundo se encontra em uma dinâmica muito diferente do que a experimentada pela geração anterior. Em grande parte, isso se deve ao fato de que a tecnologia e a velocidade das informações estão mais presentes nas últimas décadas.
A partir disso, pesquisadores se debruçaram sobre quais os fatores de estresse para a Geração Z.
Saúde mental
Os dados a seguir são referentes a uma pesquisa em parceria entre o ITC Fiama e a NielsenIQ, que estudam o comportamento e a saúde mental. Na pesquisa em questão, se analisou os fatores capazes de gerar ou eliminar o bem-estar dos mais jovens, também conhecidos como a Geração Z.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores acompanharam a situação mental de indianos mediante as mudanças intrínsecas do mundo atual. Ademais, usou-se esses dados para comparar as preocupações vistas entre a Geração Z e a Geração Y, que é a anterior a esta mais recente.
Por meio desse levantamento de dados foi possível descobrir que os mais novos têm grande interesse em manter a saúde mental em dias em detrimento a todo o resto. Todas as questões de trabalho e estudo são tomadas com base no bem-estar ao passo que a geração anterior se preocupava mais com remuneração e poder de compra.
Relacionamentos
Outra conclusão da pesquisa é a de que o fator com maior capacidade de gerar estresse aos jovens da Geração Z é a vida amorosa. Segundo os dados, 81% das pessoas da Geração Y culpa problemas no trabalho, na vida acadêmica e a carreira em geral como o principal razão para tantas inquietações.
Por outro lado, os jovens culpam às dificuldades nas relações interpessoais como o fator que mais gera inquietação. Por exemplo: percebe-se que o momento de maior estresse para uma pessoa da geração mais recente seria justamente o término de um namoro ou da relação amorosa, o que também pode demonstrar muito apego afetivo.
Características
Também chamados de nativos digitais, quem nasceu na geração Z tem uma íntima relação com o mundo digital, com a internet e com a informática. São pessoas que cresceram jogando videogames, que acompanharam de perto as inovações tecnológicas e que gostam de consumir essas inovações quando possível.
É uma geração que não costuma criar muitos vínculos duradouros com as pessoas. São pessoas que aprenderam a relacionar-se pelas redes sociais e por aplicativos, que evitam sair de casa. Quando podem, usam serviços delivery para não precisarem sair. Isso também evidencia uma forte característica dessa geração: a desigualdade social.
Enquanto uns utilizam serviços delivery para não sair de casa, outros têm que trabalhar para o delivery, evidenciando outro fator marcante do mundo habitado por millenials e nativos digitais: a dissolução cada vez maior de vínculos empregatícios (e, com isso, a dissolução dos direitos trabalhistas), que impõem aos trabalhadores mais pobres (que são, hoje, jovens das gerações Y e Z) uma rotina exaustiva, pouca remuneração e a falsa ideia de que são empreendedores.
A geração Z cresceu num ambiente inóspito e de completa insegurança em relação ao futuro. Uma graduação universitária, por exemplo, que era significado de um bom emprego para a geração X, já não tem mais valor. O mundo é marcado pela alta competitividade e pela falta de emprego. A socialização pela internet levou a uma nova configuração social dessa geração e a novos hábitos de consumo. A internet, que deixou de ser aquela rede acessível apenas em casa pelos computadores, tornou-se uma companheira constante através dos smartphones.
Essa combinação de elementos evidencia os moldes da geração Z. Uma geração que cresceu acostumada com a individualidade e com a tecnologia. Uma geração que, no caso dos mais pobres, percebeu a desigualdade social pelo fato de que não pode acessar os mesmos espaços que a classe mais alta. A classe mais alta da geração Z, filha da geração X, também percebe essas contradições do mundo contemporâneo. Alguns se revoltam e fazem da internet a interface de uma luta política, e outros (a maioria da geração Z de classe média ou alta) estão inebriados pela alta conectividade tecnológica em que estão imersos, acostumados a receberem tudo pronto dos pais.