Por Redação O Sul | 20 de abril de 2016
O WhatsApp, o aplicativo mais usado do Brasil, recebeu este mês uma atualização para Android e iPhone, entre outros, que adicionou a criptografia de ponta a ponta às mensagens. Isso significa mais segurança para os mais de 1 bilhão de usuários espalhados pelo globo. Porém, muitos deles ainda têm dúvidas sobre quais os dados são de fato protegidos.
Descubra abaixo quais informações passam pela codificação, quais são aquelas que continuam não sendo criptografadas, e como o serviço lidará com pedidos judiciais a partir de agora.
Quais tipos de mensagens e dados são criptografados?
De acordo com os criadores do app, mensagens de texto, mensagens de voz ou áudio, fotos e vídeos enviados, arquivos em anexo (PDF, PPT, DOC etc) e ligações telefônicas do tipo VoIP (via internet) são conteúdos que estão seguros na troca de mensagens do WhatsApp.
Basicamente, todo o tipo de informação que possa ser trocada ou compartilhada entre os usuários passa pela criptografia. Aqui vale um pequeno adendo sobre como funciona a criptografia: quando você envia uma mensagem para um amigo, por exemplo, você pede uma chave pública para o servidor do WhatsApp. Essa chave é válida apenas para o seu amigo.
Quando você manda a mensagem, a chave pública criptografa a mensagem. Quando ela chega no seu contato, ele pede uma chave privada ao servidor do WhatsApp. Tal chave privada serve para descriptografar a mensagem. Apenas o seu amigo possui essa chave e ela não pode ser compartilhada com mais ninguém. Isso é feito de maneira automática e sem a intervenção do usuário. Você não vê a criptografia acontecer.
Quais dados que não são criptografados pelo WhatsApp?
Praticamente todas as informações trocadas entre você e o seu contato ou grupo passam pela criptografia. Mas, ainda assim, sobram alguns dados que não são encriptados e ficam armazenados nos servidores do serviço. São eles: seu nome de usuário, número de celular, informações de cobrança (de quando o WhatsApp ainda era pago), informações de seu celular – como marca e modelo –, lista de contatos, horário de envio e recebimento de cada mensagem, números telefônicos dos celulares de origem e destino das mensagens e sua operadora de internet.
O WhatsApp agora é uma rede anônima?
Não. O WhatsApp não se transformou em uma rede anônima com a chegada da criptografia. Embora os desenvolvedores do serviço não possam mais acessar o conteúdo de suas conversas, eles ainda sabem exatamente com quem você conversou, a hora da conversa e os celulares usados.
Para usar o WhatsApp você precisa de um número de celular. E para ter um número de celular, você precisa cadastrar antes o seu nome, RG e CPF. Isso acontece no ato da compra do chip (SIM card). Portanto, aquele número está atrelado a uma identidade. Ou seja, o WhatsApp não se trata de uma rede anônima.
E nos casos em que a Justiça solicitar o conteúdo?
Se, por eventualidade de uma investigação policial, como aconteceu em dezembro de 2015, a Justiça solicitar o conteúdo das conversas, o WhatsApp não poderá fornecer os dados. Isso porque eles estarão criptografados.
Porém, ele poderá fornecer informações importantes e que podem ser cruciais para a investigação. Note que isso não viola a sua privacidade, já que o teor das conversas continua oculto. Esses dados apenas facilitam um pouco a investigação por parte das autoridades competentes. (AG)
