Sexta-feira, 01 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2020
Se no começo do ano alguém dissesse que em agosto seria mais fácil para o brasileiro viajar a turismo para Londres do que para Buenos Aires, muita gente duvidaria. E que Istambul estaria mais à mão do que Orlando? O cenário, um dos tantos que contrariam a lógica em que vivíamos até fevereiro, virou realidade com a pandemia. Reino Unido e Turquia estão entre os destinos que estão abertos aos turistas que viajam a partir do Brasil.
De acordo com listagem publicada na página da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), são pelo menos 47 países e territórios que não têm restrições expressas a entradas de viajantes brasileiros a lazer, em voos que partem do Brasil (com ou sem conexão no meio do caminho). Parece muito, frente ao fato de que a pandemia ainda está longe de controle na maior parte do mundo. Mas não é.
Desses 47 destinos, 35 exigem algum tipo de testagem negativa para covid-19, seja realizada antes do voo, seja no momento do desembarque (quando, em certos casos, é cobrado à parte). A triagem com questionário sobre condições de saúde, sintomas e medição de temperatura é outro requisito comum. E ainda que muitos lugares não demandem diretamente, um seguro viagem com ampla cobertura é item obrigatório, sobretudo se o voo passar por algum aeroporto do Espaço Schengen, na Europa.
Quarentena
Em grande parte desses territórios, o viajante está sujeito a algum tipo de quarentena, em geral de 14 dias, o que por si só representa uma dificuldade às viagens de lazer convencionais, feitas em períodos de férias. Em alguns, essa restrição é obrigatória a todos os passageiros que chegam por seus aeroportos.
Este é o caso de países europeus como Reino Unido e Irlanda, que nunca chegaram a impor barreiras aos viajantes brasileiros. Ainda assim, o turista é obrigado a cumprir quarentena de 14 dias, com ou sem sintomas aparentes de covid-19. Voos de British Airways e Latam continuam saindo com alguma regularidade de Rio e São Paulo para o aeroporto de Heathrow, de onde se pode seguir viagem para terras irlandesas ou permanecer em solo britânico.
A mesma obrigatoriedade não acontece em outros países europeus, sobretudo nos Bálcãs. Quem pretende visitar a Croácia a turismo precisa comprovar a reserva em algum meio de hospedagem por todo o período que durar a estadia, e apresentar um teste PCR negativo para covid-19, realizado em até 48 horas antes do embarque. Apenas quem chegar sem o teste ou com sintomas deverá ficar em isolamento por 14 dias. Sérvia, Kosovo, Albânia e Macedônia do Norte também estão abertos aos brasileiros e sem exigências de autoisolamento.
Irlanda e Croácia são as exceções na União Europeia no que diz respeito à aceitação de turistas brasileiros. O bloco recomendou o fechamento de fronteiras para viagens não essenciais a partir do Brasil, o que não se aplica a cidadãos com passaporte europeu. Mas vale lembrar que, depois de cumprido o período de quarentena num país da União Europeia ou um parceiro (como o Reino Unido), o turista brasileiro pode seguir viagem para outros destinos no continente, desde que respeitando as exigências fronteiriças de cada um.
Conexões
Outra grande dificuldade apresentada a quem quer fazer viagens internacionais são as conexões. Um bom exemplo é o Caribe. Lá, estão 12 desses países e territórios para onde, tecnicamente, brasileiros poderiam viajar neste momento. Mas não há voos diretos para lugares como Bahamas, Cuba, Jamaica e República Dominicana, os destinos caribenhos mais populares entre os brasileiros. Para a maior parte dessas ilhas, seria preciso fazer conexões nos Estados Unidos e no Panamá.
Salvo raras exceções, brasileiros estão impedidos de pousar nos aeroportos americanos, mesmo que para trânsito. Já o país da América Central só deve reabrir suas fronteiras em 22 de setembro, e sua principal companhia aérea, a Copa Airlines, reduziu drasticamente a operação e voltará a voar de São Paulo para Santo Domingo no mês que vem.
O aeroporto da capital panamenha serve de hub também para outros dois destinos abertos na região. Um é o Equador, o único da América do Sul que podemos visitar neste momento, que exige teste negativo para covid-19. O outro é o México, servido também por um voo direto entre São Paulo e a Cidade do México. Para entrar, o viajante só precisa preencher um formulário com informações sobre seu estado de saúde.