Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de abril de 2020
Crianças dinamarquesas de até 11 anos voltaram às escolas na Dinamarca na quarta-feira (15), na mais recente tentativa de alguns países europeus e asiáticos de retomar, aos poucos, a vida pré-pandemia do novo coronavírus. A Dinamarca permitiu que alunos de creches, pré-escolas e parte do ensino fundamental retomassem sua vida escolar presencial, desde que mantendo uma distância entre si e lavando as mãos com frequência.
Além da Dinamarca, outros países implementam ou discutem medidas de flexibilização.
O primeiro a fazer isso foi a China: Wuhan, a cidade chinesa onde a pandemia surgiu, em dezembro, começou a se reabrir para o mundo em 8 de abril, depois de mais de 70 dias de quarentena, permitindo que trens, aviões e carros pudessem voltar a transitar dentro e para fora da metrópole.
Mas, para usar o transporte público, os moradores precisam apresentar um QR Code de seu celular, que mostra o seu histórico de saúde e indica quem deve ou não permanecer em isolamento. Os que recebem um sinal verde podem transitar pela cidade ou sair dela.
O relaxamento foi permitido depois de Wuhan ter passado dias sem novas infecções locais ou novas mortes. Ainda assim, autoridades continuavam a realizar testes, para monitorar um eventual retorno da doença com a retomada das atividades sociais e econômicas.
Ainda na Ásia, o governo da Coreia do Sul afirmou que está discutindo medidas que permitam a retomada de atividades econômicas, mas mantendo o distanciamento social.
Dois países cujos sistemas de saúde foram devastados pela pandemia, Itália e Espanha, também deram sinal verde para uma retomada gradual de alguns serviços não essenciais, na aposta de que já superaram o pior.
A Espanha, que chegou a ter 950 mortes por dia pelo coronavírus, viu o número de mortes apresentar sinais de queda e permitiu, em 13 de abril, que setores como indústrias e a construção civil reabrissem. Para esses trabalhadores que vão voltar à ativa, o governo começou a distribuir 10 milhões de máscaras nos serviços de transporte.
Mas lojas, bares e espaços públicos continuarão fechados por enquanto. E a população continua orientada a permanecer dentro de casa, pelo menos até maio.
Na Itália, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, afirmou que o lockdown deve continuar até 3 de maio, mas alguns tipos de negócios, como livrarias e lojas de roupas infantis, puderam começar a abrir as portas. Fábricas, porém, seguem fechadas.
Além de Dinamarca, Itália e Espanha, outros países da Europa onde o contágio está em queda começaram a aliviar medidas restritivas.
Na Alemanha – país que desde o início da pandemia foi ágil em isolar seus pacientes infectados -, a chanceler Angela Merkel se reuniu com autoridades regionais na quarta-feira (15), sob forte pressão para relaxar o lockdown.
Ficou decidido que alguns tipos de comércio não essenciais poderão reabrir as portas na semana de 20 de abril, mas as medidas de isolamento social seguirão em vigor ao menos até 3 de maio. Parte das escolas poderão retomar as atividades presenciais no dia 4, a começar pelos estudantes que têm de realizar exames nacionais.
Na Áustria e na República Tcheca, pequenos negócios foram autorizados a reabrir. Mas ambos os países tornaram obrigatório o uso de máscaras em mercados e drogarias. O governo tcheco foi além, obrigando cidadãos a usar máscaras sempre que saírem de casa.
Outros países, porém, não preveem alívio nas medidas restritivas ao menos até maio.
No Reino Unido, que já passou de 13,7 mil mortos, o secretário de Relações Exteriores, Dominic Raab, que comanda o país enquanto o premiê Boris Jonhson se recupera da covid-19, afirmou na quinta-feira (16) que o lockdown continuará a vigorar por pelo menos mais três semanas, na tentativa de se evitar um segundo pico de infecções.
A percepção do governo é de que o número de casos (e de admissões hospitalizares) está se estabilizando e talvez começando a cair – e esse ganho só será mantido se o distanciamento social for mantido.
Na França, o diretor do serviço nacional de saúde, Jerome Salomon, afirmou que uma leve queda nas internações em UTIs são um “pálido raio de sol” de esperança, mas que o país ainda vai enfrentar um “alto platô” – ou seja, um número alto e constante de casos de covid-19.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou no dia 13 de abril que o lockdown no país vai ser estendido até 11 de maio e, depois disso, será feito um plano de alívio gradual das medidas restritivas. Ele ressaltou que a “a epidemia ainda não está contida” na França.
Nos EUA, que hoje são o principal epicentro do novo coronavírus e que já tinha quase 680 mil casos confirmados de infecção até a manhã desta sexta (17), existem planos para uma reabertura gradual, mas só no mês que vem, e com muita cautela. As informações são da BBC News.