Por Redação O Sul | 4 de março de 2025
O carnaval é uma época do ano em que a forma física, aparência e autoestima ganham maior evidência. O tal meme “nesse ano eu vou virar padrão” ganha uma carga ainda maior nesse período, em que parece ser quase uma unanimidade o desejo de exibir o seu melhor físico e não precisar da fantasia mais criativa para se sentir bonito, atraente, desejado e com o “corpo ideal”.
Nas semanas que precedem o carnaval, um dos assuntos que mais se ouve falar é a preparação arrojada de rainhas e musas das escolas de samba, passistas e cantoras que enfrentam maratonas na folia. Muitas das vezes, intensificar dieta e treino não é suficiente, e aderir a procedimentos estéticos se torna uma solução convidativa e viável, sobretudo por acelerarem alguns resultados. O aumento da demanda por esses procedimentos próximo à festa momesca é uma constatação.
Nessa corrida contra o relógio até fevereiro, nem sempre incluir porções maiores de carnes magras nas refeições ou pegar uma anilha mais pesada na academia supre um ímpeto que mora no inconsciente. É nessa busca do que mais se pode fazer que entram procedimentos estéticos, que, às vésperas da folia, estão entre os mais buscados bioestimulação de colágeno para o bumbum, harmonização glútea, preenchimento labial e botox.
A profissional de estética avançada e especialista em harmonização íntima, Monique Medeiros, diz que nas semanas que antecedem a festividade outros tratamentos que fazem sucesso são o Ultraformer MPT, que promove melhoria na firmeza da pele e redução de celulites, e procedimentos minimamente invasivos que trazem melhorias à região íntima feminina.
“O carnaval é um período de alta exposição do corpo, seja em blocos de rua, festas ou desfiles. As pessoas querem se sentir mais bonitas e confiantes, com um corpo mais definido, uma pele mais firme. Além disso, muitos aproveitam a época para usar roupas mais curtas, biquínis e fantasias ousadas, o que motiva a procura por tratamentos que realcem a silhueta”, destaca Monique, que também atua como mentora na área da estética.
Monique explica que muitos dos pacientes já chegam no consultório enfatizando a demanda de desejarem realizar procedimentos que apresentem um curto período de recuperação e efeitos mais imediatos, deixando claro que o foco está no carnaval. Embora priorize atender as expectativas deles, a profissional não abre mão da transparência ao explicar o que é possível fazer a tempo da festividade ou não.
“Minha abordagem sempre prioriza a segurança e o resultado natural. Explico aos pacientes quais procedimentos podem entregar um efeito imediato e quais exigem um tempo maior para que os resultados apareçam. Por exemplo, preenchimentos com ácido hialurônico e Ultraformer já apresentam uma melhora visível logo após a aplicação, enquanto bioestimuladores e alguns tratamentos corporais demandam semanas para atingir seu potencial máximo”, diz a profissional a respeito de traçar um alinhamento de expectativas com os pacientes nas consultas.
Especialista em procedimento de olheiras e otomodelação (correção das ‘orelhas de abano’), o também profissional de estética Raphael Furtado concorda com Monique ao prezar pela transparência, ainda que haja uma pressa por conta da folia.
“Os únicos procedimentos que eu faria em cima da hora seriam preenchimento de lábios e botox. E pelo menos com uma semana de antecedência. Os demais requerem um tempo hábil para ter resultado significativo, suprindo por completo a demanda dos pacientes”, explica Raphael, também referência em harmonização peniana.
Apesar de se precaver, ele diz compreender o apelo associado à época do ano: “No carnaval, é lógico que todo mundo quer mostrar a barriguinha de fora e ir à praia na sua melhor forma, quer ter aquele ‘bocão’ pra colocar o melhor batom para os blocos, além do ‘samba no pé e bumbum na nuca’, que é o lema da festividade!”.
Pressão
A psicóloga Samantha Carvalho, formada pela Universidade Salvador (UNIFACS), alerta para a questão da pressão estética, dos perigos de se olhar a partir da percepção do outro, de tomar atitudes sem antes fortalecer seus desejos e motivos, e chama atenção a uma reflexão do próprio significado do carnaval.
“Uma festa na qual deveríamos celebrar a diversidade e a liberdade, muitas pessoas acabam se sentindo obrigadas a se enquadrar em um padrão físico específico para se sentirem incluídas ou admiradas. Por isso, é fundamental refletirmos sobre como a verdadeira essência do carnaval precisa ser preservada, sem as amarras de um padrão estético excludente”, explica Samantha.
