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Por Redação O Sul | 31 de julho de 2022
O sono é um componente importante para manter o funcionamento normal do cérebro. O cérebro se reorganiza e se recarrega durante o sono. Mas afinal, de quanto sono o cérebro precisa para funcionar adequadamente a longo prazo?
Estudo publicado na revista científica Nature Aging mostrou que tanto o sono insuficiente quanto excessivo contribuem para um desempenho cognitivo pior. A pesquisa analisou dados de 500 mil adultos, de meia-idade a idosos, que faziam parte do UK BioBank (banco de dados biomédicos do Reino Unido).
A principal descoberta foi que sete horas de sono por noite era o ideal, com mais ou menos do que isso oferecendo menos benefícios para a cognição e a saúde mental. Os indivíduos também precisam de sete horas de sono de forma consistente, sem muita flutuação na duração.
A pesquisa também identificou uma relação entre duração do sono, cognição e saúde mental era mediada pela genética e pela estrutura cerebral.
Décadas dormindo mal podem potencialmente levar a um declínio cognitivo. Uma noite de sono ruim também afeta o humor e o comportamento das pessoas, sejam elas bebês ou idosos. Muitas sentem estar com a mente enevoada e com grande dificuldade de manter o desempenho habitual na escola, universidade ou trabalho. Há também dificuldade de concentração e de memória.
As regiões do cérebro mais afetadas pela privação do sono incluíam o hipocampo, conhecido por seu papel no aprendizado e na memória, e áreas do córtex frontal, envolvidas no controle descendente da emoção.
A regularidade do sono parece estar ligada à “rede de modo padrão” do cérebro, que envolve regiões que estão ativas quando estamos acordados, mas não engajadas em uma tarefa específica, como descansar enquanto nossa mente vagueia.
Esta rede inclui áreas importantes para a função cognitiva, como o córtex cingulado posterior (que é desativado durante as tarefas cognitivas), os lobos parietais (que processam informações sensoriais) e o córtex frontal (envolvido no planejamento e na cognição complexa).
Além de remover subprodutos de resíduos tóxicos e estimular nosso sistema imunológico, o sono também é fundamental para a “consolidação da memória”, durante a qual novos segmentos de memória baseados em nossas experiências são transferidos para a memória de longo prazo.
Sono de idosos
Embora sete horas de sono sejam o ideal para proteger contra a demência, o estudo sugere que dormir o suficiente também pode ajudar a aliviar os sintomas da demência, protegendo a memória.
Isso enfatiza a importância de monitorar a duração do sono em pacientes idosos com transtornos psiquiátricos e demência, a fim de melhorar sua função cognitiva, saúde mental e bem-estar.
Melhore o sono
Uma maneira de melhorar o sono é garantir que a temperatura e a ventilação do quarto sejam boas — o cômodo deve estar fresco e arejado. Também evite tomar muito álcool e assistir a filmes de suspense ou outros conteúdos estimulantes antes de ir para a cama.
Soluções tecnológicas, como aplicativos ou dispositivos do tipo wearables (que você pode vestir), também podem ser benéficos para a saúde mental, assim como para monitorar o sono e garantir a consistência da sua duração.