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Saiba quanto ganham os brasileiros que trabalham para empresas estrangeiras

A maioria ou 71,6% dos profissionais que vivem no Brasil e prestam serviços para empresas estrangeiras atuam na área de exatas. (Foto: Pexels)

A maioria ou 71,6% dos profissionais que vivem no Brasil e prestam serviços para empresas estrangeiras atuam na área de exatas, dividindo-se entre diplomados ou estudantes de cursos de tecnologia da informação (40,2%), ciência da computação (14,4%), sistemas de informação (9,9%) e engenharia da computação (7,1%).

Em seguida estão especialistas dos setores de humanas e sociais (26,2%); biologia (2,1%) e administração (5,1%), além de publicidade e propaganda (2,4%) e jornalismo (1,7%). A maior parte dos empregadores (62%) é dos Estados Unidos, antes do Reino Unido (6,4%), Canadá (5,6%) e Portugal (3,6%). A média salarial mensal, dependendo da função, vai de R$ 15 mil a R$ 25 mil.

Os dados são da pesquisa “Global Worker”, realizada pela Husky, plataforma para profissionais remotos que recebem pagamentos internacionais no país. O levantamento, obtido com exclusividade pelo jornal Valor Econômico, foi feito em abril com 1.600 respondentes. Do total, 1.154 se identificaram como “trabalhadores globais” e 341 pretendem trabalhar no exterior.

“Das companhias que contratam os brasileiros, mais da metade ou 52,4% são de pequeno a médio porte, com 11 a 200 funcionários; e 25,3% têm entre 501 a dez mil empregados”, diz Tiago Santos, CEO da Husky. “Apesar da área de tecnologia se destacar no estudo, há uma elevação na contratação de profissionais de humanas, com um crescimento de quase 7%, entre 2023 e 2024.”

Contratos e ganhos

O relatório também traz informações sobre modelos de contrato, salários, fluência em idiomas, escolaridade e tempo de carreira. A maior parcela (81%) trabalha como contratada e 10,6% são freelancers. Destes, 90,3% têm vínculo como pessoa jurídica.

Quase metade (48,6%) dos profissionais tem fluência em inglês. Entre os fluentes em espanhol, a parcela cai para 12,7%. Em termos de escolaridade, 80,7% dos entrevistados apresentam ensino superior completo, sendo que 28,6% contam com pós-graduação e MBA. Um grupo menor (13,1%) está cursando uma graduação ou tem ensino superior incompleto.

“A maioria ou 69,5% dos pesquisados são considerados talentos seniores, sendo que 22,7% possuem de dez a 15 anos de experiência e 15,6% passaram dos 15 anos de carreira”, diz o CEO. Apesar dos currículos longevos, uma minoria ocupa cadeiras de comando a distância: 6% desempenham cargos de gerência e 1,2% são coordenadores ou diretores.

Diante do resultado do estudo, Santos sugere ações para companhias estrangeiras e profissionais locais. “As empresas que contratam brasileiros têm focado mais em desenvolvedores de software, mas no Brasil há currículos excelentes em outros segmentos, como marketing, operações, atendimento e vendas”, detalha. “Há uma abundância de mão de obra qualificada para ser contratada.”

Para quem pretende ser um “global worker” ou trabalhador global, a dica do CEO é se dedicar aos idiomas. “Quem não estuda inglês está perdendo oportunidades de carreira internacional”, afirma. Muitas vezes, empregadores brasileiros são mais rígidos com o nível de inglês dos candidatos do que as firmas no exterior, compara. “Dá pra se ‘virar’ em times globais sem dominar completamente a língua, desde que você consiga expressar ideias com clareza e ser compreendido.” As informações são do jornal Valor Econômico.

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