O hexa não veio, mas haverá uma nova oportunidade daqui a quatro anos. E o brasileiro que quiser assistir ao próximo Mundial in loco já deve começar a se programar. A Copa do Mundo de 2026 será realizada em três países: México, Estados Unidos e Canadá. Além do planejamento financeiro, imprescindível para bancar as despesas da viagem e os ingressos, será importante se atentar aos procedimentos de pedido de vistos de entrada em cada um dos países anfitriões.
Uma pesquisa da gestora de investimentos Finacap mostrou que uma viagem para os três países durante o próximo Mundial pode chegar a R$ 26,2 mil (preço atual). Os cálculos, apurados 10 dias antes do início da Copa do Catar, levaram em conta despesas com as passagens áreas, hospedagem e alimentação durante os dias da competição, além de uma estimativa de gastos com as viagens internas entre os locais onde os jogos acontecerão.
Ele observa que, a partir do valor total e considerando os 37 meses que separam a final da Copa do Catar e o início de 2026, um torcedor deveria poupar R$ 610 mensalmente para tentar acompanhar os jogos presencialmente nos três países. Para isso, esse torcedor deveria aplicar o valor economizado em uma carteira moderada de investimentos focada em renda fixa, com retorno em torno de 10%.
“A Selic (taxa básica de juros que regula a economia) está em 13,75%, então se esse torcedor fizer um mix de títulos do governo atrelados à inflação, títulos privados atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e uma parcela bem pequena de ações, é muito provável que consiga um retorno de 10% ao ano no período”, defende Moura, que lembra ainda que estas são estimativas segundo situação econômica atual.
No orçamento calculado pela empresa, ficaram de fora outros gastos mais “supérfluos”. Dados da Visa, parceira oficial de meios de pagamentos da Copa do Catar mostram que o Mundial de 2022 estava prestes a bater o recorde de valores gastos nos pontos de venda instalados nos locais do torneio.
Quando faltava dez dias para o fim do Mundial, a empresa chegou a divulgar que os torcedores já tinham gasto mais do que quando o Brasil foi sede do torneio em 2014, e 89% do valor que gastaram na Rússia em 2018. Cerca de metade dos gastos foi com mercadorias, enquanto o pagamento de alimentos e bebidas representou 36%.
Já Carlos Castro, planejador financeiro da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar) defende que uma saída para traçar um orçamento para o próximo Mundial seja calcular, já no início de 2023, os custos da viagem e, a partir daí traçar a estratégia de economia e investimentos. Ele também afirma que esse valor bruto precisa ser atualizado, em média, a cada seis meses.
Castro afirma ainda que uma opção pode ser guardar os valores em dólar em contas no Brasil ou até mesmo nos Estados Unidos.
“Hoje em dia há muita facilidade de se fazer essa poupança nos Estados Unidos a partir de uma conta que você abre lá e manda o dinheiro. Deixar para trocar o real em cima da hora é um risco de uma variação desfavorável do câmbio. A recomendação é manter os investimentos no Brasil, respeitando seu perfil, e de tempos em tempos fazendo remessas em dólar, sempre que o câmbio estiver favorável. Aí fica mais tranquilo torcer sem dor de cabeça. Muitos que vão para a Copa sem se preparar gastam no cartão de crédito e a conta chega no Brasil bem salgada”, analisa.