Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 31 de março de 2025
A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa por ter pichado com batom a estátua “A Justiça”, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) após os atos golpistas de 8 de janeiro, pode ser candidata pelo PL nas eleições de 2026. A informação foi publicada pelo colunista Octávio Guedes, do portal g1, e pelo site Metrópoles.
Integrantes do PL estariam acompanhando a polêmica sobre o caso e o julgamento dela no STF. A análise do caso foi suspensa na semana passada após um pedido de vista do ministro Luiz Fux.
O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, defende o projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro, e o caso de “Débora do batom” vem se tornando um dos símbolos dessa tentativa nas últimas semanas.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), admitiu a possibilidade em entrevistas aos sites. Apesar disso, a cúpula da legenda não possa ter conversas com ela em razão das restrições da prisão domiciliar concedida a ela na última semana. Entre as exigências está, por exemplo, o uso de tornozeleiras.
Perfil
Débora Rodrigues dos Santos, que vem sendo chamada de “Débora do batom”, é cabeleireira, casada e mãe de dois filhos. Ela tem 39 anos e é natural de Irece, na Bahia, mas morava em Paulinia, no interior de São Paulo, antes de ser presa após os atos de 8 de janeiro.
Débora estava presa no Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, em São Paulo, mas obteve prisão domiciliar após sugestão da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Débora estava acampada no Quartel-General do Exército e no dia 8 de janeiro foi à Praça dos Três Poderes, onde pichou a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça, utilizando um batom vermelho. A expressão fazia referência a uma frase dita pelo ministro Luis Roberto Barroso após as eleições de 2022.
A ala bolsonarista tem criticado a manutenção da prisão de Débora e a possível pena de 14 anos, apresentada no voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. O voto pela condenação a esse tempo de prisão foi acompanhado pelo ministro Flávio Dino.
O julgamento atualmente está suspenso após pedido de vista de Luiz Fux, que já sinalizou possível divergência. O caso de Débora vem sendo usado por apoiadores de Bolsonaro como um suposto exemplo de penas que seriam excessivas para parte dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A discussão sobre a chamada “dosimetria” dessas penas deve continuar nas próximas semanas.
Na última semana, foi divulgada uma carta redigida por Débora e enviada a Moraes com um pedido de desculpas. Ela diz sentir “vergonha” do gesto e que jamais teria compactuado com atitudes violentas ou ilegais. Ela também afirmou em vídeos que se arrependia do ato e que acreditava que os atos de 8 de janeiro seriam manifestações pacíficas. (Com informações do portal Metrópoles)