Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2021
O Conselho de Administração da CBF escolheu um novo presidente interino para a entidade: o baiano Ednaldo Rodrigues, que irá assumir o lugar de Coronel Nunes até que o caso Rogério Caboclo seja concluído. A decisão foi tomada menos de 24 horas após a Comissão de Ética da entidade ter dado uma pena de 15 meses de afastamento a Caboclo por conduta inapropriada e afastando as acusações de assédio sexual e moral, a qual ele foi acusado por uma ex-funcionária.
Ao todo, as 23 das 27 federações que estiveram presentes deram aval para Ednaldo. As que se ausentaram, também demonstraram apoio. Essa aprovação foi um dos indicativos para a escolha e a uma característica do dirigente. O mandatário carrega prestígio no Norte e Nordeste do Brasil, contando com o apoio da maioria dos cartolas dessas regiões.
“Ednaldo é a pessoa que sempre está no lugar certo na hora certa. É o cara que ninguém dá nada porque tem uma personalidade amorfa, é aquele que não se destaca, mas também não é um Zé Ninguém. É uma daquelas pessoas sem expressão que as circunstâncias, certas vezes, fazem o futebol precisar”, afirmou um dirigente, que preferiu não se identificar.
“Ele é especialista em micropolítica. É um cara de micros alianças também. Ele faz o jogo do poder, apesar de não ser um cara sujo e não está envolvido em nenhum grande escândalo. Não sei se ele vai ser testa de ferro porque ele vai pra onde a maré leva. Neste momento ele é fiel ao Marco Polo, mas não quer dizer que vai morrer abraçado com ele”, completou.
Aliado de Ricardo Teixeira
Ednaldo passou mais de 15 anos no comando da Federação Baiana de Futebol. O mandatário sempre foi um aliado de Ricardo Teixeira, mas crítico à gestão de Marco Polo Del Nero. Os pontos positivos estão em carregar a bandeira do futebol feminino e da reestruturação das categorias de base na Bahia.
Sua gestão foi marcada pela boa relação que tinha com as ligas de futebol do interior baiano e parte dos clubes, mas as reeleições trouxeram críticas. O Campeonato Baiano, por exemplo, não dava premiação ao campeão durante um bom período de sua gestão – o que intensificou os pedidos pela sua saída do cargo.
Em 2017, Ednaldo esteve como chefe da delegação da seleção brasileira nos amistosos contra Japão e Inglaterra, fato que aconteceu também em 2013, quando chefiou a delegação no amistoso contra a mesma Inglaterra, em Londres, ao lado do então técnico Luís Felipe Scolari.
Em 2019, foi homenageado pela Assembleia Legislativa da Bahia. Pelos serviços prestados ao futebol baiano nos últimos anos, Ednaldo recebeu a Comenda Dois de Julho, maior honraria concedida pelo Legislativo baiano a personalidades que muito contribuíram com o Estado.
Cabe destacar que a decisão do CA, no entanto, pode ser contestada por Rogério Caboclo, caso assim ele deseje. A interlocutores, diz que sua defesa ainda avalia o caso. O seu entendimento é que caberia a ele indicar o seu substituto. Para fazer a contestação, ele se basearia no artigo 61 do regulamento da CBF, que diz que “substituirá o Presidente, no caso de ausência, licença ou impedimento, o Vice-Presidente que for por ele designado”.