Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2024
Pezeshkian já foi parlamentar durante cinco legislaturas
Foto: Reprodução/TwitterO reformista Masoud Pezeshkian foi eleito presidente do Irã ao derrotar o seu oponente conservador Saeed Jalili. Pezeshkian, de 70 anos, recebeu 53,3% dos mais de 30 milhões de votos contabilizados no segundo turno do pleito. Já Jalili obteve 44,3%.
A votação ocorreu na sexta-feira (5). O pleito foi convocado depois que o presidente anterior, Ebrahim Raisi, morreu em um acidente de helicóptero em maio.
Ao saber do resultado, Pezeshkian agradeceu a seus partidários e pediu a todos os iranianos que o acompanhem na “dura tarefa que tem pela frente”. “As eleições terminaram e este é só o começo da nossa aliança”, declarou.
“O caminho que temos pela frente não será fácil, exceto pela companhia, empatia e confiança de vocês. Eu estendo minha mão a vocês e juro que não os abandonarei”, prosseguiu.
Pezeshkian, que é cirurgião cardíaco, criticiou a polêmica polícia moral do Irã e chamou atenção por prometer tentar acabar com o fim do isolamento iraniano no mundo.
O presidente eleito pediu “negociações construtivas” com as potências ocidentais sobre a renovação do acordo nuclear de 2015 — no qual o Irã acordou frear seu programa nuclear em troca de um alívio de sanções ocidentais.
“Sou um principista [pessoa que defende os conceitos que sustentam a República Islâmica] e, a partir desses princípios, é que buscamos reformas”, disse ele durante a campanha.
Pezeshkian já foi parlamentar durante cinco legislaturas. Em sua passagem pelo Parlamento, ele gerou polêmica por defender a descriminalização das drogas.
Entre 2001 e 2005, ele foi ministro da Saúde durante o segundo governo de Mohammad Khatami (1997-2005), que é considerado o primeiro presidente reformista da República Islâmica.
Khatami apoiou a candidatura do seu antigo ministro, assim como fez Mehdi Karrubi, um clérigo dissidente que em 2009 tentou chegar à presidência do Irã nas questionadas eleições daquele ano e que, desde então, está em prisão domiciliar.
Pezeshkian já tentou se eleger presidente em 2013 e 2021. Na primeira tentativa, retirou sua candidatura para apoiar outro candidato. Na segunda, ele foi desqualificado da disputa pelo Conselho dos Guardiões, um órgão formado por 12 clérigos e juristas. O motivo foi seu apoio aos protestos contra os resultados do pleito de 2009.