Procurado desde 2020 por matar a própria mãe, Bruno Eustáquio Vieira, de 26 anos, foi preso na última segunda-feira (8) em Belo Horizonte (MG). Em 21 de dezembro de 2020, Márcia Lanzane, de 44 anos, foi morta na casa da família no Guarujá, no litoral de São Paulo, devido ao interesse do filho pela herança. Na época, Bruno conseguiu escapar e estava foragido desde então.
Imagens internas das câmeras de segurança da casa, no bairro Sítio Cachoeirinha, mostram que os dois foram ao chão em uma luta corporal no dia do crime. Bruno apertou o pescoço da mãe e desferiu socos até ela parar de reagir. Depois de checar os batimentos cardíacos dela, Bruno vai para sala e começa a ver televisão.
Os dois teriam discutido devido aos gastos elevados de Bruno, que não eram compatíveis com os valores que Márcia conseguiria arcar. Brigas por situações semelhantes eram supostamente era frequentes entre mãe e filho.
Segundo a Polícia, em uma primeira versão de depoimento, Bruno teria dito que a mãe havia sofrido um acidente e foi encontrada morta em seu quarto, o que não condiz com o que foi encontrado pelas câmeras de segurança. Em outro momento, Bruno teria explicado que empurrou a mulher durante uma discussão e a morte ocorreu após ela bater a cabeça. No entanto, o laudo da perícia apontou morte por asfixia mecânica.
Tias
As tias de Bruno Eustáquio procuraram a polícia e denunciaram o paradeiro do sobrinho, que estava foragido da Justiça havia mais de três anos. Elas viajaram do Guarujá para a capital mineira por conta própria para garantir que o homem fosse preso.
“Fomos nós que levamos a polícia até ele. A gente veio do Guarujá ontem [domingo, 7] à noite, já com as pistas de onde ele estaria. Dormimos dentro do carro para ver se víamos ele ou a namorada saindo, mas não conseguimos nada”, contou Mariuza da Quadra, tia de Bruno e irmã da vítima.
Já na manhã de segunda, ela e a irmã conseguiram descobrir o endereço exato onde Bruno estava e acionaram a polícia. O suspeito, de 27 anos, foi preso ao sair de um prédio no bairro Caiçara, na Região Noroeste de BH, no início da tarde.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), ele tentou resistir e “se desvencilhar da abordagem” e acabou sofrendo lesões leves.
Segundo Mariuza, Bruno Eustáquio Vieira estava vivendo em Belo Horizonte como “Felipe”. Ela e a irmã souberam que o sobrinho estava na capital mineira após rastrear perfis da namorada dele nas redes sociais.
“Largamos tudo e viemos. […] A justiça está sendo feita. Eu e minha irmã voltamos das cinzas para dizer a nós mesmas: ‘Vocês não são inválidas, vocês conseguiram’. Para a gente era uma sensação de invalidez, porque nada tinha sido feito, nada”, disse.