A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) assumirá na segunda-feira, 10, a Secretaria de Relações Institucionais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A pasta é responsável pela articulação política do governo federal com o Congresso. Ao ingressar no primeiro escalão do governo Lula, Gleisi deixará a presidência nacional do PT, cargo que ocupa desde novembro de 2019.
O sucessor da deputada federal no comando da legenda será definido nesta sexta-feira, 7, em reunião do Diretório Nacional. Gleisi escolherá seu sucessor entre os vice-presidentes da sigla. O nomeado, por ora, assumirá interinamente o cargo até a eleição interna no partido, marcada para julho. O senador Humberto Costa (PE) é cotado para suceder Gleisi de forma interina.
Já Edinho Silva (SP), ex-prefeito de Araraquara (SP), é o preferido por Lula para a eleição interna da sigla no meio do ano, mas enfrenta resistências de outras alas e membros do PT, que articulam uma candidatura de oposição ao paulista.
O PT possui cinco vice-presidentes em seu Diretório Nacional. Um deles será o presidente interino da legenda até a realização do Processo de Eleição Direita (PED), como é chamada a eleição interna do partido. A escolha do interino cabe a Gleisi e deve obter o crivo dos demais membros do Diretório Nacional.
O deputado federal José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, era cotado para o mandato-tampão, mas sinalizou a aliados que não deseja a indicação, como mostrou o Estadão. O motivo é o sentimento de ter sido preterido para a sucessão na Secretaria de Relações Institucionais. Guimarães era especulado para a função, mas Lula optou por Gleisi Hoffmann.
Com a recusa de Guimarães, Humberto Costa passa a ser o favorito para obter a indicação de Gleisi e, após crivo do Diretório Nacional, dirigir o PT até 6 de julho, data do PED. Costa é senador por Pernambuco desde 2011, emendando dois mandatos consecutivos. Foi secretário da Saúde do Recife entre 2001 e 2003 e ministro da Saúde entre 2003 e 2005, além de ter disputado o governo pernambucano nas eleições de 2002 e 2006.
A eleição interna do PT definirá o presidente que estará à frente da sigla na próxima eleição presidencial. O nome preferido de Lula para a sucessão no Diretório Nacional é o de Edinho Silva, prefeito de Araraquara de 2001 a 2008 e de 2017 a 2024. Além dos quatro mandatos de prefeito, presidiu o PT paulista, foi deputado estadual de 2011 a 2015 e, de março de 2015 a maio de 2016, chefiou a Secretaria de Comunicação Social da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Edinho, Lula e Gleisi integram a mesma corrente interna do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), mas há resistência ao nome ex-prefeito dentro da própria ala. O objetivo de um grupo da CNB ligado a Gleisi é lançar o presidente interino do PT em uma candidatura de oposição a Edinho.
As “tendências” do PT, como são chamadas as correntes internas do partido, discordam quanto aos rumos do governo Lula: em meio à crise de popularidade do presidente, alas da legenda se dividem entre o mote da moderação ou de uma guinada à esquerda. Outro motivo de embate é o controle da tesouraria do partido. Edinho quer alterar o comando da Secretaria de Finanças da sigla, enquanto o grupo de Gleisi deseja manter Gleide Andrade no cargo. As informações são do portal Estadão.