Foragidas da Justiça brasileira por participarem dos atos golpistas do 8 de Janeiro de 2023, quatro mulheres foram presas após entrarem ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México. Três foram detidas no dia seguinte à posse do presidente Donald Trump.
A informação foi divulgada inicialmente pelo portal UOL e confirmada pelo jornal O Globo com Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE). As quatro mulheres estavam na Argentina e foram para os Estados Unidos após o ministro Alexandre de Moraes determinar a extradição dos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Entre elas está Rosana Maciel Gomes, de 51 anos, condenada a 14 anos de prisão. Natural de Goiás (GO), sua defesa alega que, ao presenciar a depredação do Palácio do Planalto, ela entrou em “estado de choque” e não participou dos atos de vandalismo.
Moradora de Goiânia, ela foi presa pelas autoridades dentro do Palácio do Planalto. Em seu celular, a PF encontrou imagens das cenas de invasão ao Congresso Nacional. Ao condená-la, Moraes destacou que o material comprova “a participação ativa da ré nas invasões e depredações”.
Michely Paiva Alves, de 38 anos, de Limeira (SP), responde ao STF por cinco crimes e tem um mandado de prisão em aberto. Segundo a Polícia Federal, ela teria organizado a viagem de ônibus de trinta pessoas de sua cidade até Brasília para participar dos protestos.
Já Cristiane da Silva, de 33 anos, de Balneário Camboriú (SC), foi condenada a um ano de prisão por incitação aos atos golpistas. Sua defesa nega envolvimento e afirma que ela estava em Brasília apenas a passeio.
Raquel de Souza Lopes, de 52 anos, foi a primeira a ingressar ilegalmente no país, em 12 de janeiro, segundo as autoridades americanas.
No mesmo dia ela foi detida pela patrulha de fronteira e transferida para o centro de detenção El Valle, em Raymondville, Texas, onde aguarda deportação. Natural de Joinville (SC), Raquel é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de depredar o Palácio do Planalto. Ela foi condenada a 17 anos de prisão, mas a sua defesa nega envolvimento nos atos de vandalismo.
Embora Trump seja aliado de Bolsonaro, sua política de imigração é rigorosa. No último domingo, seu governo deportou mais de duzentos venezuelanos para El Salvador. Para justificar a medida, o presidente invocou a Lei de Inimigos Estrangeiros, criada há 227 anos para ser aplicada em tempos de guerra, o que não se enquadra no caso dos imigrantes ilegais.
Três dias após tomar posse, Trump declarou que não permitirá que o território americano seja “invadido” e criticou seu antecessor, Joe Biden, por flexibilizar as políticas migratórias.
“Decidi e declarei uma importante emergência nacional na nossa fronteira com efeito imediato, proibindo a entrada de todos os imigrantes ilegais, que eram muitos, e comecei a enviá-los de volta para os lugares de onde vieram”, afirmou o presidente americano. (Com informações do jornal O Globo)