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Geral Saiba quem são os espiões russos que se disfarçaram de brasileiros para espionar o Ocidente

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Imagens mostram Serguei Cherkasov conversando com uma mulher em um restaurante de Moscou, em meados de 2017. (Foto: Departamento de Justiça dos EUA)

Dois nomes de supostos brasileiros ganharam notoriedade entre as autoridades de segurança nacional do Ocidente nos últimos 12 meses: Victor Muller Ferreira e José Assis Gianmaria. Ambos nomes apareceram em investigações e logo foram descobertos como falsos para esconder a identidade de espiões da Rússia. Na verdade, os homens por trás desses nomes são, respectivamente, Serguei Cherkasov e Mikhail Mikushin, que atuavam para levar informações de outros países ao Kremlin.

Investigações em andamento podem aumentar essa lista em breve. Autoridades gregas identificaram no dia 18 deste mês uma suspeita de ser espiã russa no país, que dizia se chamar Maria Tsalla. Ela fugiu da Grécia antes de ser presa e as autoridades não chegaram a deter seus documentos, mas, de acordo com a imprensa grega, ela chegou ao país vinda de algum país da América Latina e é esposa de um russo que vivia no Brasil sob a identidade falsa de Daniel Campos.

Uma possível razão para escolherem a cidadania brasileira, segundo informações do Washington Post, são vulnerabilidades nos sistemas nacionais de imigração e registros cartoriais e ajuda interna obtida mediante suborno.

Serguei Cherkasov foi preso no início de abril de 2022 pela Polícia Federal após a polícia holandesa interceptá-lo no aeroporto, onde desembarcou para atuar no Tribunal Penal Internacional, e enviá-lo de volta ao Brasil. Ele atuou durante anos como espião do serviço de inteligência militar da Rússia, o GRU, nos Estados Unidos, fingindo ser um estudante brasileiro.

Como Victor Muller Ferreira, Sergei fez graduação na Universidade John Hopkins, em Washington, a capital americana, onde poderia se aproximar de qualquer setor do establishment de segurança dos Estados Unidos, do Departamento de Estado à CIA. Segundo um depoimento registrado pelo FBI, o acesso que obteve possibilitou que o espião colhesse informações a respeito das maneiras com que as autoridades do governo Biden responderam à concentração de tropas russas nas proximidades da Ucrânia, pouco antes da invasão.

Depois que se formou na faculdade, Cherkasov chegou perto de alcançar uma inserção mais influente, ao ser convidado para ocupar uma posição no TPI, em Haia. Ele estava prestes a iniciar um estágio de seis meses na corte, no ano passado, no momento em que a instituição iniciava a investigação sobre crimes de guerra da Rússia na Ucrânia, mas acabou rejeitado pelas autoridades holandesas, que receberam informações do FBI sobre a atuação dele em Washington.

O espião segue preso no Brasil e é investigado por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção. Em junho do ano passado, ele foi condenado, em primeira instância, a 15 anos de prisão pela Justiça Federal por uso de documentos brasileiros falsos. No dia 18 deste mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou o pedido da Rússia para extradição, mas determinou que isso só deve ocorrer após o fim das apurações sobre os supostos crimes cometidos no País. O chanceler russo, Serguei Lavrov, tem viagem marcada para o Brasil no fim de abril, o que levanta a possibilidade de Moscou tentar encontrar uma maneira de garantir sua libertação.

Mikhail Mikushin foi preso pela polícia da Noruega em outubro do ano passado após fingir ser pesquisador brasileiro em uma universidade do país. Ele foi detido por suspeita de espionagem, mas as supostas ações dele ainda eram desconhecidas no momento da prisão.

Antes de ser preso, Mikushin estava atuando como pesquisador há cerca de um ano e meio na cidade de Tromso, localizada perto do Ártico, há cerca de um ano e meio. Ele se concentrou em estudar a política norueguesa na região, na qual o país compartilha 198 quilômetros de fronteira com a Rússia, e ameaças híbridas. Segundo Thomas Blom, autoridade do serviço de inteligência norueguês, esse fato por si só pode comprometer a segurança nacional por colocá-lo em contato com pesquisadores que fornecerem informações às autoridades para a formulação de políticas públicas.

Segundo os investigadores, Mikushin procurou criar uma rede de contatos, lançar canais de informação e entrar nos círculos que lidam com informações confidenciais.

Antes de se mudar para a Noruega, Mikhail Mikushin morou no Canadá, onde frequentou a Carleton University e a University of Calgary. Em Ottawa, ele se ofereceu como voluntário para uma campanha política, de acordo com a Global News. Ele obteve o mestrado no Centro de Estudos Militares, de Segurança e Estratégicos da Universidade de Calgary em 2018. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e The Washington Post.

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