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Saiba quem são os irmãos Efromovich, presos na Operação Lava-Jato

A Avianca Brasil chegou a ocupar o posto de quarta maior empresa de aviação do País. (Foto: Reprodução)

Os irmãos Germán Efromovich e José Efromovich, presos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (19) durante a 72ª Fase da Operação Lava-Jato, são donos do Grupo Sinergy, por meio do qual também controlavam a recém-falida Avianca Brasil, o estaleiro Eisa (Estaleiro Ilha S.A.), em recuperação judicial, e chegaram a ter o controle, até maio de 2019, da colombiana Avianca Holdings, também em recuperação judicial.

Os dois empresários estão em prisão domiciliar, com tornozeleira, em função da Covid-19.

Os empresários são bolivianos de nascimento, mas vivem e concentram seus negócios na Colômbia e no Brasil. Ambos são suspeitos de pagar propina de aproximadamente R$ 40 milhões a executivos da Petrobras, para obter contratos do Eisa com a Transpetro, braço da estatal responsável pelo transporte de combustível e pela importação e exportação de petróleo e derivados.

Procurado, o escritório Albernard & Galvão, que defende o Eisa e os Efromovich no caso afirma que só vai se manifestar nos autos e que só teve acesso à íntegra do processo na tarde desta quarta.

O Eisa está em recuperação judicial desde 2015, quando encerrou suas operações. O empresário Germán foi citado por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, em colaboração premiada em 2016.

Segundo Machado, o controlador do grupo Sinergy teria depositado propina em uma conta bancária na Suíça em troca da contratação do estaleiro Eisa para a construção de navios que a empresa não tinha capacidade para entregar.

De acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, o estaleiro causou prejuízos de mais de R$ 600 milhões à Transpetro. O estaleiro teria entregado irregularmente um dos navios Panamax encomendados e deixado de entregar outros três.

José Efromovich é irmão e sócio de Germán. Ele foi presidente da Avianca Brasil, companhia aérea que deixou de operar no ano passado e teve a falência decretada pela Justiça em julho deste ano.

A companhia aérea, que chegou a ter 11% de participação de mercado na aviação doméstica brasileira, tinha dívidas de mais de R$ 2,7 bilhões, mas não iniciou nem sequer o pagamento do passivo trabalhista, que têm prioridade no recebimento dos créditos.

Alguns credores da Avianca Brasil, como a linha aérea Azul, têm tentado na Justiça bloquear os bens de José Efromovich para receber parte das dívidas.

Os irmãos Efromovich também perderam em maio do ano passado o controle da Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea da América Latina, por não ter pago um empréstimo de US$ 456 milhões (cerca de R$ 1,83 bilhão à época) dado pela americana United em 2018.

Até então, Germán era presidente do conselho de administração da aérea colombiana e José Efromovich era membro do conselho. Ambos foram destituídos porque, depois do calote, a acionista minoritária Kingsland assumiu a gestão da empresa. A Avianca Holdings pediu recuperação nos Estados Unidos em maio deste ano.

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