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Saúde Saiba tudo sobre HPV, a infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo e fator de risco para câncer de colo de útero

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Principal forma de prevenção da infecção pelo HPV, a vacina é indicada a pessoas de 9 a 45 anos. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O HPV é o vírus responsável pela infecção sexualmente transmissível mais comum do mundo, e considerável fator de risco para o surgimento do câncer de colo de útero. Apesar da prevalência e de 71% das pessoas já terem ouvido falar da infecção, segundo um estudo do laboratório MSD divulgado recentemente, apenas 40% delas receberam indicação para se vacinar. “Há uma ignorância e muita desinformação”, lamenta Marcia Datz Abadi, diretora-médica da empresa.

O que é

Sigla para Human Papilomavirus, o HPV é o vírus associado aos cânceres de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe. De acordo com especialistas, cerca de 80% da população sexualmente ativa será infectada pelo patógeno em algum momento da vida. A Organização Mundial de Saúde estima que haja entre 9 e 10 milhões de brasileiros infectados e mais 700 mil novos casos diagnosticados por ano. “Ou seja, um paciente com HPV é a regra, e não a exceção”, afirma a ginecologista Aparecida Monteiro.

Já foram detectados mais de 150 subtipos do vírus, classificados em baixo e alto risco cancerígeno, como os tipos 16 e 18. Causadores de verrugas na genitália, no ânus, na boca e na garganta, os subtipos 6 e 11 são considerados mais brandos.

Sintomas

Segundo Aparecida , cerca de 90% das pessoas infectadas pelo HPV são assintomáticas ou apresentam sintomas inaparentes. A manifestação clínica que mais indica o contágio é a verruga que surge na região genital e anal. “Coceira e desconforto também podem ocorrer, além de sangramento anormal, por conta de alguma lesão no colo do útero causada pelo vírus; e dor durante a relação a sexual. Mas são casos mais raros”, afirma a ginecologista. “A maior parte das infecções por HPV é naturalmente combatida pelo sistema imunológico da pessoa. Nesses casos, a carga viral, que é a quantidade de vírus no corpo, pode regredir após um período de até dois anos. O patógeno fica ‘adormecido’, podendo reativar em algum momento”, explica a infectologista Thelma Flosi.

Transmissão

A principal via de transmissão do HPV é a sexual, quando a pele ou a mucosa entram em contato com áreas lesionadas (ou infectadas ainda que sem lesões) pelo vírus. “Tem de haver ação íntima prolongada, com fricção e perda da integridade da mucosa”, explica a infectologista Thelma Flosi. O contágio também pode ocorrer por sexo oral, sem penetração e até protegido com camisinha, que não é capaz de cobrir todos os locais infectados. “Por isso que é difícil saber com precisão quem foi o parceiro que transmitiu o vírus”, conclui a médica.

Prevenção

Principal forma de prevenção da infecção pelo HPV, a vacina é indicada a pessoas de 9 a 45 anos. Atualmente, há dois tipos de imunizantes disponíveis no mercado: a quadrivalente, oferecida pelo Sistema Único de Saúde e que protege contra quatro subtipos do vírus (6, 11, 16 e 18); e a nonavalente, dose vendida na rede privada entre R$ 900 e R$ 1.000, que estende a proteção para nove cepas do Papilomavírus Humano (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58) e amplia a proteção contra o câncer de colo de útero de 70% para 90%. “O ideal é que o indivíduo seja imunizado antes de iniciar a vida sexual, mas é importante que ele também se vacine após receber o diagnóstico de infecção, para se proteger dos outros subtipos”, diz Marcia Datz Abadi.

No SUS, a vacina é distribuída para crianças e adolescentes de 9 até 14 anos, além de homens e mulheres transplantados, pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia, pessoas vivendo com HIV, vítimas de violência sexual e indivíduos de 15 a 45 anos que tomam Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP).

Diagnóstico e tratamento

Quando o paciente apresenta verrugas na área genital, retirá-las é a primeira medida de tratamento, principalmente por essas lesões serem vetores do vírus. Nesses casos, geralmente é indicado o uso de medicamentos tópicos no local afetado, como pomadas e soluções ácidas.

Quando não há manifestações clínicas aparentes, o diagnóstico é feito por testes, como o preventivo do colo do útero, o famoso papanicolau. “Esse exame vai detectar alterações nas células que sinalizam infecção e lesões de baixo e alto grau, esta última que chamamos de lesão pré-câncer”, explica a ginecologista Aparecida Monteiro.

Logo depois, a paciente é encaminhada para uma colposcopia, exame no qual é usado uma ferramenta com lentes de aumento para melhorar a visualização do aspecto do colo do útero. “Às vezes, passamos alguma substância para sobressair alguma possível alteração, e , se necessário, fazemos uma biópsia para identificar o tipo de lesão. Se for uma lesão pré-câncer, já iniciamos o tratamento, fazendo a retirada da região afetada.”

Câncer de colo de útero

O Ministério da Saúde, em 2022, apontou o câncer de colo de útero como o responsável por cerca de 6 mil mortes, anualmente. A pasta também estima que, entre 2023 e 2025, cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com o tumor, apresentando histórico de infecção pelo HPV.

No Brasil, a doença é o terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e a quarta causa de morte oncológica entre elas. “É preciso desassociar a vacina do sexo e destacar que ela protege contra um câncer”, conclui Cristiana Meirelles, gerente-médica do Beep, health tech que presta exames laboratoriais e vacinação em domicílio. As informações são do jornal O Globo.

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