A vereadora Nadia Gerhardt (PP) anunciou ontem a renúncia à candidatura ao Senado, para apoiar Hamilton Mourão, que disputa a vaga ao Senado pelo Republicanos, partido que faz parte da chapa de Onyx Lorenzoni, candidato ao governo do Estado pelo PL.
Mourão, assim como Onyx, tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. A decisão da candidata surpreendeu ao PP. Na véspera, Nádia dissera ao jornalista Paulo Sergio Pinto, em entrevista ao programa Pampa Debates na TV Pampa, que sua candidatura ao Senado estava mantida, embora já tivesse locado o auditório do Hotel Raddisson, onde ontem fez o anuncio da renúncia.
Renúncia fragiliza campanha de Luis Carlos Heinze
A renúncia da candidata ao Senado fragiliza a campanha do senador Luis Carlos Heinze ao Governo do Estado, cuja propaganda está vinculada ao nome da Comandante Nádia. O presidente do PP, Celso Bernardi, anunciou que o partido decidiu liberar os filiados, sem no entanto, recomendar o nome de Mourão para o Senado. Desde ontem, aumentaram as especulações sobre a possibilidade de renúncia do senador Luis Carlos Heinze. Na cúpula do PP gaúcho e entre os candidatos à Assembléia e Câmara dos Deputados, ninguém quer comentar uma possível renúncia. Sem apoio da direção nacional do partido, que lhe destinou recursos menores que os da própria candidata ao Senado, a candidatura de Heinze afundou. Luis Carlos Heinze recebeu R$ 3 milhões do Fundo partidário, e a candidata Comandante Nádia ficou com uma fatia maior: R$ 3,5 milhões (o limite de gastos dos candidatos ao Senado no RS é de R$ 4.447.201,54). Dentro dos partidos da coligação, há um temor de que o derretimento da candidatura de Heinze faça com que ele saia desta campanha menor do que entrou, com o risco de somar menos votos que alguns dos candidatos à Câmara dos Deputados. Em 2018, com o apoio decisivo de Jair Bolsonaro, Heinze conseguiu ser eleito para o Senado.
Senadora Mara Gabrilli confirma envolvimento de Lula no assassinato do prefeito Celso Daniel
A Senadora Mara Gabrilli (PSDB), candidata a vice na chapa da também senadora Simone Tebet (MDB), em entrevista à Jovem Pan, retomou um tema que ela conhece muito bem: o caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, envolvendo extorsão de empresários do setor de transporte. O pai de Mara Gabrilli era um dos empresários extorquidos. O que a senadora disse:
“Eu fui até o presidio de contagem mais de uma vez para ouvir o (publicitário) Marcos Valerio. Existe o documento com o dinheiro que entrou na empresa do Ronan (Maria Pinto), para pagamento de chantagem. O teor da chantagem era: o Ronan Maria Pinto, se ele não fosse pago, iria entregar o Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel. E o Lula pagou. Como é que alguém que não tem nenhum envolvimento, pagaria? O Lula pagou os R$ 12 milhões da chantagem, sim, para o Ronan calar a boca e ficar quieto. O Ronan circula com uma tornozeleira eletrônica, desdenhando, dando risada e mostrando para todo mundo que ele está solto. Isso é uma vergonha”.
De acordo com a senadora, Ronan Maria Pinto fazia parte da quadrilha que extorquia empresários em Santo André. Ronan foi condenado pela Lava-Jato por lavagem de dinheiro, e atualmente está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.
“Ele era um dos que extorquiam o meu pai. E ele, depois que o Celso Daniel já tinha sido morto, ele foi lá, típico dele, oportunista, foi lá tentar ganhar uma graninha, fazer uma chantagem (…). Existe o documento do dinheiro que entrou na Nova Santo André, na empresa do Ronan. Sabe por quê? Por que a chantagem que ele fez foi paga”, assinalou.