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Economia Brasil tem saída recorde de dólares em dezembro: US$ 24,3 bilhões

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O fluxo anual de moeda estrangeira só foi mais negativo em 2019 e 2020.

Foto: EBC
O fluxo anual de moeda estrangeira só foi mais negativo em 2019 e 2020. (Foto: EBC)

O fluxo de saída de recursos do País atingiu US$ 24,314 bilhões em dezembro de 2024, até o dia 27, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nessa quinta-feira (2). Esse movimento negativo é o maior para um único mês da série histórica do BC, iniciada em setembro de 2008 – em plena crise financeira global. O recorde anterior havia sido no último mês de 2019 (com saída de US$ 17,612 bilhões).

Os dados são preliminares. Além do resultado do dia 30 de dezembro, o BC tem até o 5º dia do mês seguinte para contabilizar os fluxos de pequeno valor. Mas os dados finais dificilmente mudarão o quadro.

Para se ter uma ideia, o fluxo em dezembro também se compara a anos muito negativos, como 2020, quando teve início a pandemia de covid, em que saída anual foi de US$ 27,923 bilhões – a segunda pior da história, atrás apenas de 2019 (-US$ 44,768 bilhões).

O fluxo cambial considera tanto o movimento financeiro quanto o comercial, com o saldo de exportações e importações. No caso do segmento financeiro, são contabilizadas operações de investimento direto, no mercado financeiro, remessa de lucros e dividendos e pagamento de juros, por exemplo.

A saída recorde de recursos em dezembro do ano passado foi totalmente puxada pelo fluxo financeiro, cujo saldo entre compras e vendas até o dia 27 é negativo em US$ 26,042 bilhões. Até então, a maior saída de recursos financeiros do Brasil tinha ocorrido em dezembro de 2009, de US$ 20,399 bilhões.

No caso do fluxo financeiro, o resultado acumulado de 2024 também deve representar o pior ano da história. Até o dia 27, a saída líquida é de R$ 84,396 bilhões. Até então, o recorde negativo era de 2019, de US$ 65,792 bilhões.

O Banco Central já vinha dando indicações de que o fluxo em dezembro de 2024 estava muito mais negativo do que em anos anteriores. No último mês de cada ano, é normal um maior volume de remessas para o exterior de empresas multinacionais para os países onde estão as sedes devido ao fechamento do balanço anual.

Neste ano, além de um fluxo de remessas mais forte graças ao crescimento surpreendente da economia brasileira, fatores como o aumento do risco fiscal no país e o medo de aumento da tributação em classes de renda mais elevada também contribuíram para o movimento para compensar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

“Começamos a ver que tinha atípica saída. Parte de dividendos está acima da média, com resultado maior das empresas. O fluxo financeiro estava bastante negativo, apontando para ser um dos piores anos recentes da História”, disse o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista coletiva no meio de dezembro.

Segundo ele, além das tradicionais retiradas de recursos por empresas do país, que se intensificam no fim de cada ano, também estava sendo registrada, e monitorada pelo BC, uma saída maior de recursos pelas pessoas físicas, por meio de plataformas de bancos.

“Há saída maior de pessoas físicas, por plataformas, com volumes menores”, acrescentou Campos Neto.

Por conta disso, a autoridade monetária teve de atuar mais fortemente no mercado de câmbio. Em um intervalo de 12 dias úteis, o Banco Central injetou US$ 32,574 bilhões no mercado por meio de intervenções cambiais extraordinárias. Foram 14 leilões, nove com oferta de dólares à vista e cinco com compromisso de recompra (linha).

A atuação extraordinária do BC no mercado de câmbio aumenta a oferta de dólar, o que ajuda a conter a alta da moeda. Mas, segundo a autoridade monetária, as intervenções só ocorrem em momentos de disfuncionalidade do mercado, e não para buscar um nível para a moeda.

O dólar vem em uma escalada desde o fim de novembro, com a apresentação do pacote fiscal do governo federal, que frustrou as expectativas de um ajuste mais duro nas contas públicas e aumentou as dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida do País. Desde então, a moeda superou pela primeira vez a marca de R$ 6 e seguiu em trajetória de alta, situando-se acima de R$ 6,10 atualmente.

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https://www.osul.com.br/saida-de-dolares-do-brasil-em-2024-foi-de-us-16-bilhoes/ Brasil tem saída recorde de dólares em dezembro: US$ 24,3 bilhões 2025-01-02
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